A luz do “Maracanã” pela Mix TV

A FIFA recomenda níveis de iluminação vertical acima de 2.000 lux para quatro câmeras fixas e 1800 lux para as quatro câmeras móveis

A FIFA recomenda níveis de iluminação vertical acima de 2.000 lux para quatro câmeras fixas e 1800 lux para as quatro câmeras móveis

Atendendo as normas estabelecidas pela FIFA para a realização dos jogos da Copa das Confederações em 2013 e o Copa do Mundo em 2014, a iluminação do maior e mais emblemático estádio brasileiro mudou totalmente passando dos antigos 120 projetores para uma iluminação de quase 400 com uma potencia de 2.000 watts que permitirá as televisões obter as melhores imagens da historia no renovado cenário.

 

Por Fernando Moura

COPA DO MUNDO

Assim, o sistema que iluminará a final da Copa das Confederações em 2013 e da Copa do Mundo FIFA de 2014 no estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido como Maracanã passou a ter um visual muito mais claro e nítido do campo com os 396 projetores EF 2000, da GE Iluminação. O novo sistema substitui 120 projetores antigos por projetores EF 2000 já utilizados em vários estádios do mundo, entre eles a Riverbank Arena, em Londres, Inglaterra, onde 70 unidades do equipamento iluminaram as disputas de hóquei durante os Jogos Olímpicos de Londres 2012 e as partidas de futebol de cinco e de sete atletas dos Jogos Paralímpicos.
Cada projetor utiliza, segundo explicou a Revista da SET, Welington Tardivo, engenheiro de vendas da GE Iluminação do Brasil, “uma potência de 2.000 watts para aprimorar a visibilidade do espetáculo dentro e fora do gramado. Os novos equipamentos também ajudarão a melhorar a qualidade das transmissões televisivas em alta definição” e atendem aos requisitos da FIFA para oferecer uma visualização mais nítida do campo.
Por outro lado, para Alexandre Ferrari, gerente geral da GE Iluminação no Brasil, foi “com grande satisfação que abraçamos a oportunidade de oferecer toda a nossa expertise para iluminar um verdadeiro ícone para o futebol mundial e para todos os brasileiros”, afirmou.

Exigências da FIFA

Nos estádios de futebol parece ser importante, além de medir a qualidade da luz, o que nos permite uma perfeita reprodução cromática do lugar, colocar luz fria, ou seja, quando o predomínio é dos azuis e dos verdes, e não luzes cálidas (quentes) com predomínio dos tons vermelhos. Como estamos diante de espetáculos televisivos e câmeras de vídeo que requerem pelo menos uma temperatura de cor que ronde os 6000 graus Kelvin, já que, a cor que percebemos depende da temperatura de cor das fontes de iluminação que iluminam a cena observada, estaremos com uma temperatura elevada, por isso, uma iluminação com maior percentagem de azuis. Segundo os standards da FIFA, deveríamos estar nos 6500 K.
Para cumprir com estas condicionantes no Maracanã foram instalados 396 projetores modelo GE EF2000 “para lâmpadas com tecnologia de multivapores metálicos com potência de dois mil watts”, explica Tardivo. Seguindo o caderno de encargo da FIFA para a realização dos próximos grandes eventos esportivos, “a temperatura de cor de 6.000 Kelvin é mais próxima da temperatura equivalente à da luz do sol. Para se obter melhor qualidade de luz e imagens, a FIFA recomenda que se utilize lâmpadas com temperaturas de cor acima de 5.600 Kelvin e reprodução de cor de 90, e assim fizemos”.

A iluminação do Maracanã conta com 396 projetores EF 2000

O engenherio da GE no Brasil vai mais a fundo e explica que para os jogos da Copa do Mundo de 2014, a FIFA recomenda níveis de iluminação vertical acima de 2.000 lux para quatro câmeras fixas e 1800 lux para as quatro câmeras móveis. Para a iluminação horizontal os níveis devem ser 1,5 a 2 vezes o nível da câmera principal para que se obtenha melhor contraste entre os atletas e os planos de fundo. Para jogos nacionais sem a necessidade de televisionamento, as exigências são menores e recomenda- se que o nível horizontal seja acima de 750 lux com lâmpadas com temperatura de cor acima de 4.000 Kelvin e reprodução de cor acima de 65.
“A solução ofertada pela GE atende os requerimentos internacionais para a Copa de 2014 e de transmissões em alta definição e digital, garantindo qualidade de imagem para espectadores e minimizando ofuscamentos para jogadores, árbitros, torcedores e moradores do entorno”, explicou o responsável da GE no Brasil.
Para Tardivo é difícil criar uma homogeneização nos estádios da Copa de 2014 com respeito a iluminação porque “cada estádio tem sua particularidade” em termos de “arquitetura, altura de instalação dos projetores, distribuição assimétrica ou não, fixação no catwalk, posição das câmeras fixas e das câmeras móveis. Portanto, para cada estádio, iniciar outro projeto luminotécnico é um novo desafio”.
Quando consultado sobre se o Maracanã teve características técnicas especiais. Tardivo afirmou que sim e que nele “todos os requerimentos técnicos solicitados pela FIFA para o projeto luminotécnico do Maracanã foram atendidos integralmente pela GE Iluminação. Os níveis de iluminação verticais referente às oito câmeras, nível de iluminação horizontal, graus de ofuscamento (Glare Rating) tanto para jogadores quanto torcedores, iluminação das treze primeiras fileiras das arquibancadas que é exigido para gerar contrastes em relação à câmera principal foram atendidas e a poluição luminosa foi controlada para minimizar iluminação para fora do estádio”.

Lampadas LED ou multivapores
Muito se falou antes do inicio da construção dos estádios para a Copa de 2014 sobre o tipo de lampadas que deveriam ser utilizadas para a sua iluminação. Para os profissionais, existem soluções no mercado de melhor aproveitamento energético e ecologicamente sustentável que poderiam ser utilizadas nas novas arenas para com elas ter uma maior eficiência luminosa (lm/W), de modo a reduzir o consumo de energia com mesma quantidade de luz disponível em comparação às tecnologias anteriores; durabilidade, evitando trocas frequentes de produtos e gasto excessivo com manutenção; bom índice de reprodução de cor, garantindo, assim, maior fidelidade nas transmissões televisivas; e, por fim, maior compactação, facilitando a focalização e aproveitamento da luz no campo. Isso porque alguns profissionais achavan que a solução de LED era a mais adequada já que desde o seu ponto de vista no contexto atual é preciso mudar alguns hábitos e utilizar novas tecnologias, mas concluem que o processo é lento. Mas, as definições da FIFA são claras, e as lampadas a multivapores ganharam a disputa.
Por isso, explica Tardivo, “os projetos de iluminação do Maracanã e de todos os outros estádios da Copa do Mundo de 2014 são de lâmpadas multivapores metálico. Apresentam melhor custo benefício e vantagens técnicas principalmente em questões de índice de reprodução de cores para televisionamento. Além disso, devido a pouca utilização, em torno de 4 a 8 horas por semana, da iluminação de uma Arena Esportiva, o alto investimento inicial do LED é pouco viável e pouco recomendado”.
E não só. Tardivo, refuta a ideia de quem afirma que o LED é mais confiável e menos poluente mas, também, de mais alto custo? “Não. O custo de manutenção e operação do LED é baixo, devido ao menor consumo de energia e à menor frequência de trocas. O que é mais elevado é o investimento inicial na aplicação dessa tecnologia, em comparação com lâmpadas fluorescentes e de halogênio. Contudo, diante da ampla economia de energia e da elevada durabilidade, o retorno sobre o investimento no LED no médio prazo é notável. Entre as vantagens da iluminação LED destacam-se a economia no consumo de energia entre 50% e 80%, quando comparadas a tecnologias mais tradicionais, e a vida útil, com duração de até 50 mil horas. Os LEDs também duram até 25 vezes mais do que as fontes de luz incandescentes e de halogêneo; e até três vezes mais do que a maioria das lâmpadas fluorescentes compactas. Sua alta durabilidade reduz a frequência e os custos de manutenção”, mas em projetos como os dos estádios da Copa de 2014 não são viaveis.
Quando Tardivo foi inquirido pela Revista da SET de eventuais providencias em termos de iluminação para a realização de testes em 4K durante a Copa das Confederações, o engenheiro da GE explicou que “nada se fala no caderno de encargos da FIFA sobre este tipo de tecnologia”. www.ge.com.br/

Fernando Moura
Redação Revista da SET
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 Nº 133 – Maio/Junho 2013