Jovens vencem o concurso de Start Ups e ganham 60 mil reais para investimentos

Eles criaram uma plataforma online para exibição de shows ‘caseiros’ com possibilidades de retorno financeiro para os artistas.

Os sócios da Start Up Farm, Rafael Belmonte e Daniel Arcoverde, recebem o prêmio das mãos do presidente da SET, Olímpio Franco

Dois jovens de São Paulo, criadores de uma plataforma voltada para a apresentação de artistas via internet foram os ganhadores do concurso de Start Ups promovido durante a 26ª edição do congresso da SET, organizado pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET).

A premiação foi realizada na sala 15 no final da tarde e início da noite de terça-feira (26 de agosto). Jurados convidados pela organização com a coordenação de Lindalia Reis (SET/ Universidade Estácio de Sá) e Rodrigo Arnault (SET/Era Transmídia/TV Globo), avaliaram dez propostas de investimento viáveis economicamente e praticáveis no mercado da inovação.

Aplicativos para telefone, soluções empresariais de monitoramento de atividade corporativa, plataformas para web e diversas outras ideias foram defendidas pelos representantes das Start Ups durante cinco minutos. Depois desse tempo eles ainda responderam aos questionamentos dos jurados.

Foram avaliados a inovação, a aplicação prática, a viabilidade de mercado e diversos outros quesitos peculiares por parte do corpo de jurados composto por profissionais da engenharia, investidores e donos de Start Ups bem-sucedidas.

A apresentação que mais chamou a atenção dos jurados foi a do jovem Daniel Arcoverde da Start Up Farm que levou para o palco da SET seu projeto “Showme”. Durante cinco minutos o rapaz falava de forma acelerada sobre o projeto para conseguir falar de todas as funcionalidades, estatísticas de funcionamento e retorno financeiro da plataforma recém-criada. O serviço online consiste em uma plataforma que oferece a artistas um canal para a promoção de shows via internet.

De qualquer lugar, o cantor, a banda ou qualquer outro artista se conecta na internet, liga a webcam e transmite o show aos participantes da rede. Atualmente, o artista cadastrado pode fazer shows de 15 minutos a uma hora, com 20 minutos de bis. O número de ingressos virtuais pode ser limitado ou ilimitado. Pode-se escolher se terão um preço fixo ou se o esquema será de “pague quanto puder”, que agrada a bandas menores.

Nesse caso, a ideia é incentivar os fãs a comprar as “moedas” do Netshow.me (que custam R$ 0,50 cada) e remunerar os artistas para receber recompensas, o que lembra sites de financiamento coletivo. Ao final do show, o artista recebe um relatório com o total faturado, a bilheteria e quem assistiu à apresentação, que não é armazenada pelo site.

No entanto, o pagamento é facultativo, o internauta que não quiser pagar pode entrar na transmissão compartilhando o link do evento nas redes sociais, é o que os profissionais do setor chamam de moeda social. “Recentemente tivemos dois shows da banda Fresno, em um deles, eles estavam no Canadá, transmitiram o show de lá. O artista pode usar outras estruturas para captar imagem, áudio, nós oferecemos a plataforma e o modelo de retorno financeiro para ele”.

Com a moeda social, a atração que está sendo exibida ganha novos espectadores e consequentemente atrai outros, outros e, além de tráfego, a participação gera receita de publicidade e incentiva a colaboração dos admiradores através das moedas adquiridas online.

O projeto já está na rede e pode ser acessado pelo www.netshow.me. Além disso, o modelo de negócio apresentado por Arcoverde é bastante sólido e já tem trazido retornos suficientes para que a plataforma seja otimizada. Para gerenciar o fluxo no tráfego de dados eles contam com um servidor alocado nos Estados Unidos.

Como prêmio, o jovem e seu sócio, Rafael Belmonte, ganharam U$ 60 mil na plataforma da Microsoft Zure, que é uma plataforma especial para execução de aplicativos e serviços, baseada nos conceitos da computação em nuvem. É um serviço totalmente hospedado e controlado pela Microsoft, o que difere das versões do Windows lançadas até hoje. Qualquer desenvolvedor cadastrado pode enviar seus aplicativos para o Azure e rodá-los diretamente através do serviço, que confere escalabilidade e economia de licenciamento.

* Por Antonio Araujo, Mestrando UFSCar