Produção, transmissão e distribuição na Copa do Mundo no Brasil

Produção e transmissões em 4K durante a Copa do Mundo explicadas ao pormenor

Apresentações mostram como foi realizada a Copa do Mundo Brasil 2014 com transmissões em HD e 4K via espectro, DTH e fibra óptica.

A palestra “ Produção.Case: copa do mundo”, moderada por Luiz Padilha (SET/SONY) abriu o terceiro dia da 26ª edição do Congresso SET, realizado pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET).

A sessão começou com Erick Soares (SONY Brasil) que afirmou que “o maior desafio da FIFA é a questão de oferecer outros avanços tecnológicos que puderem trazer maior interatividade ao telespectador. Assim, nesta copa se bateram recordes de captação de conteúdos e se produziram jogos em 12 cidades-sedes”.

Para ele, esse desafio foi u “êxito” porque foi produzido material para uma “nova realidade”, uma realidade onde o conteúdo para internet e multiplataformas foi essencial. “Este ano o número de câmeras utilizadas foi de até 40, sendo o maior da história das Copas do mundo trabalhando com as câmeras da linha HDC de Sony”.

Benjamin Mariage (EVS) explicou como foi estruturado o workflow para o funcionamento do International Broadcast Center (IBC) a Central de Produção da FIFA (HBS) montada no RioCentro instalado no Rio de Janeiro.

“Basicamente mostamos todo a estrutura de captação de imagens para poder realizar através do FIFA Max Center todo os feeds que foram enviados as diferentes empresas que adquiriram os direitos de transmissão”, afirmou Mariage.

Realizamos la gravação de 28 feeds em simultâneo (24×900 GB) em 6 servidores XT3 através do IPDirector. Para ele, o maior desafio foi armazenar em um grande servidor todos os sinais gerados de cada jogo, nas pré e pós produções, incluindo todo o material captado por 32 equipes ENG (uma para cada seleção), materiais de produção de cada cidade-sede, materiais editados para divulgação e disponibilizar para todas as empresas licenciadas instaladas dentro do IBC, de acordo com os pacotes FIFA MAX oferecidos.

“Criamos uma enorme livraria de conteúdos utilizada por todos as emissoras licenciadas no IBC ou de forma remota através de um Browser” que podia ser accedido desde emissoras instaladas nos mais de 200 emissoras licenciadas através de Web Browser especialmente desenvolvido para as transmissões de grandes eventos internacionais como a Copa do Mundo e Olimpíadas.

Lourenço Carvano (GLOBOSAT) afirma que a empresa “tentou aumentar a oferta de jogos 4K  que estava anunciada. A nossa ideia era alabancar a produção e mostrar o que era realizar um jogo ao vivo com esta tecnologia e o resultado foi ótimo”

“Montamos a Unidad Móvel em menos de 6 meses” e “tinhamos que manter o carro em limites estabelecidos para que tiver conforto operacional e pudesse ser operacional, esse foi um desafio enorme, um desafio conquistado, sobretudo porque o projeto foi para 4 câmeras com conversão para 13 câmeras 4K e 8 câmeras em HD da transmissão internacional”, o que segundo o executivo da Globosat fez ainda maior o desafio.

Com isso “tivemos de passar de 6 EVS para 8 sistema, e não tinhamos espaço para todo o mundo no carro e assim tiramos o corte (switcher) para um conteiner instalado ao lado da Unidade Móvel, ainda porque o diretor de TV queria ter monitores de PGM de 65” para estar mais tranquilo”, confessou.

“Um dos grandes desafios foi o 60p e os encoders para essa velocidade, já que no início não tinham essa tecnologia. Forçamos a barra e sincronizamos os dois encoders nos quais os dois faziam 30p. O mais dificil da sincronização foi que os dois enconders trabalhassem em syncro. Quê fizemos? Inserir time code em cada um dos quadrantes e deu certo”, comenta Carvano.

Patricia Freire (TV Globo), explicou como foi realizada a primeira “distribuição 4K: Transmissão terrestre” da TV brasileira. Assim falou da abrangência da demonstração, os modos de operação durante a Copa da transmissão 4k e as configurações e parâmetros utilizados na demonstração (codificação e transmissão DVB-T2).

Para o 4K mudamos o bit-rate e fizemos uma modulação diferente em uma zona de cobertura pequena na zona sul do Rio de Janeiro. “Hoje a 4K é uma realidade”.

João Cesar Padilha (NET) apresentou como a operadora “maior cobertura que tinha sido feito até hoje em HD” e os colocamos na plataforma na plataforma online da empresa

“Foi um trabalho de 30 dias muito intenso que nos levo a mostrar a Copa em 4K” afirmou Padilha, que considera que a “transmissão foi um sucesso. Na NET montamos uma equipe multi-operacional que se espalhou por 10 cidades para poder chegar com o sinal e elegemos alguns pontos para mostrar os jogos. Aí evoluímos um pouco mais e nos comunicamos com a nossa base de clientes para instalar a caixa e levamos a eles na experiencia real que era a casa do assinante. A experiencia de 4K na Copa do Mundo foi uma experiencia de posicionamento da empresa, pelo que foi expressamente positiva”, afirma João Padilha.

O Congresso terá 44 sessões e 220 palestrantes distribuídos em 4 auditórios simultâneos, em um fórum que congrega um grupo seleto de mais de 1.600 profissionais que discutem as questões mais relevantes do setor intensamente durante um período de 4 dias.

O evento reúne de 24 a 27 de agosto de 2014 no Pavilhão Azul do Centro de Convenções e Exposições Expo Center Norte em São Paulo, especialistas do Brasil, Estados Unidos, Japão, Europa e América Latina, que discutem os principais aspectos da produção, transmissão e distribuição em TV, além de temas relacionados a vídeo, cinema, rádio e internet. Entre os temas destacados está o switch-off da TV, as interações entre TV e Internet, os desenvolvimentos tecnológicos da Copa do Mundo e muitíssimos outros temas de atualidade da indústria.

* Por Fernando Moura, Revista da SET

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