A produção e recepção de conteúdo na TV Digital

Palestrantes discutiram as diferentes tendências na área de TV Digital sob o olhar da comunicação

olharNo último dia de congresso, (27/8), a sala 19 do Expo Center Norte em São Paulo, recebeu o painel: “Produção e recepção de conteúdo na TV digital: O olhar da comunicação” teve como objetivo mostrar em um Congresso de Engenharia como a academia trabalha os temas relativos à TV e as suas novas formas de produção e distribuição.

Nesta sessão, professores de importantes universidades do Brasil e Europa tiveram  a oportunidade de apresentar seus estudos sobre conteúdo e comportamento da audiência frente às inovações da engenharia de televisão na TV Digital Terrestre. Uma oportunidade única para que pesquisadores da comunicação social troquem experiências com aqueles que dão suportes e ferramentas para produção e distribuição de conteúdo..

A sessão é um dos resultados do Convênio ProEx Tecnologia em Televisão assinado no início de 2015 entre a SET e a Unesp, Ela teve como palestrantes a Ana Silvia Médola (UNESP/TV Unesp), Fernanda Castilho (CIMJ/OBITEL/ECA-USP), Cosette Castro (OLAICD), Almir Almas (ECA-USP/) e Paulo Faustino (IMMAA/CIMJ), com apresentação de Francisco Machado Filho (Unesp) e moderação de Fernando C. Moura (CIMJ/Revista SET).

Ana Silvia Médola (UNESP/TV Unesp)

Ana Silvia Médola (UNESP/TV Unesp)

Ana Silvia Médola falou sobre convergência e modos de recepção da era da ubiquidade televisiva. Realizou uma reflexão sobre o modo se ver TV e focou na questão “o que é televisão?”. Destacou a temporalidade como fator mais importante para trabalhar com interatividade, comentou a fragmentação (consequência da pós-modernidade, segundo ela) e a híper-segmentação, que é a questão dos nichos. Ressaltou que “já não é adequado pensar na televisão de forma isolada”, e encerrou afirmando que “na verdade, o que nós assistimos é uma luta entre diferentes mídias” e caberá à televisão voltar a ser cada vez mais televisão.

Fernanda Castilho teve sua palestra centrada em transmídia, recepção de TV no Brasil e em Portugal. Apresentou o OBITEL e introduziu o assunto relatando a diferença da cultura televisiva entre os dois países citando que a indústria nacional tem penetrado em Portugal. Expôs um estudo de caso de quatro narrativas transmídia em Portugal, comentando os resultados e tendências. Citou também o cenário dessas narrativas no Brasil.

Cosette Castro levantou a questão: “Para quem a gente fala quando falamos sobre interatividade?”. Com esse questionamento lembrou que nem todos tem acesso à internet e nem as novas tecnologias da televisão. Destacou a TV Digital aberta como espaço para produção do conhecimento e comentou sobre o que é preciso para produzir conteúdos interativos. Apresentou o projeto Brasil 4D, que atualmente se encontra na Etapa Brasília, e citou a necessidade de políticas públicas para TVDi ressaltando que “a interatividade na TV pública é esquecida”.

Olhar da Comunicacao_19Almir Almas palestrou sobre a televisão em Super Hi-Vision 8K e a construção de semioses de sensação de imersão e de realidade. Explicou as diferenças da experiência do telespectador em cinema e televisão, explicou também a linguagem de uso e linguagem de produção. Entrou nas questões dos paradigmas da tecnologia, com isso comentou algumas especificações técnicas para 8K, destacando que tais especificações contribuem para a sensação de imersão do telespectador. Concluiu destacando “qual o lugar do telespectador do futuro? (…) Vejo resposta na arte e tecnologia”.

O prof. Paulo Faustino abordou as estratégias, gerenciamento e tendências de modelos de negócios de operadores de televisão. Falou do mercado da informação e interesse público, comentou o financiamento do FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) em Portugal e citou os possíveis modelos de financiamento.  Afirmou que “é necessário identificar formas de gerar lucro a partir de novas plataformas, porque a mídia se torna um negócio a partir de múltiplas delas”. Comparou os antigos e novos modelos, levantou questões sobre os mesmos e apresentou uma projeção para o futuro da indústria de TV e audiovisual.

 

 

Ao final das exposições, perguntas foram realizadas perguntas tanto pelo moderador, como houve opiniões dos palestrantes em torno do assunto. Ana Silvia destacou que “é preciso desenvolver políticas públicas para que vários sujeitos desse meio possam realizar a produção e disseminação de conteúdo transmídia”. Cosette falou do desafio de fazer transmídia dentro do conteúdo televisivo e não só em dispositivos de 2ª tela. E Almas, afirmou ainda que “não há falta de conteúdo, há falta de plataformas para tais conteúdos”.

A sessão foi apresentada por Francisco Machado Filho (Unesp)

A sessão foi apresentada por Francisco Machado Filho (Unesp) quem coordena o projeto Revista da SET/ProEx Unesp

A 27ª edição do Congresso da SET aconteceu de 23 a 27 de agosto de 2015 no Expo Center Norte, em São Paulo.Este é o Congresso mais importante das áreas de engenharias e novas mídias da América Latina reunindo especialistas dos Estados Unidos, Japão, Europa e América Latina, para debater e analisar a situação atual e as principais tendências em produção, transmissão e distribuição e contribuição de TV. Na edição deste ano o foco passa pelo desligamento analógico da TV e os temas relacionados com esta transição.

Equipe Revista da SET/ProEx Unesp: Jéssica Dourado, Francisco Machado Filho e Fernando Moura, em São Paulo