Os desafios de transmitir sinal digital com qualidade

A dificuldade de interiorização da TV Digital no Brasil e os custos para a implantação do sinal, foram algumas das discussões da palestra.

Keith Pelletier (Dielectric LLC), ressaltou que a qualidade da transmissão está diretamente ligada ao design da antena

A palestra “Transmissão e distribuição em ISDB: Como transmitir sinais de TV Digital com qualidade?”, moderada por Vanessa Lima Oliveira, (SET/Pro Television) realizada no primeiro dia da 26ª edição do Congresso SET, realizado pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET).

O palestrante Yuri Pontes Maciel apresentou uma pesquisa acadêmica sobre a facilidade de desenvolver rapidamente, de maneira confiável, transmissores, receptores e moduladores baseado em software. Se antes o hardware era responsável por maior parte do processamento de dados, a partir desse modelo pesquisado pelo palestrante, o software é o responsável pela parte mais crítica do processamento. “Isso faz com que qualquer um possa desenvolver um sistema de transmissão, não sendo necessário ter conhecimento da programação, mas bastando ter consciência sobre o processo e a finalidade”, destacou.

E se uma das preocupações são os custos para o desenvolvimento de produtos de qualidade na transmissão, Maciel destacou que em seu projeto ele utilizou uma plataforma de desenvolvimento livre, o que significa zero de gasto com software. “Eu tive que me esforçar um pouco mais pra conseguir desenvolver, eu consegui chegar no propósito que a gente queria. Mas por ser software livre é mais difícil encontrar manuais e muitas informações vão para os fóruns especializados”.

Para Keith Pelletier (Dielectric LLC), a qualidade na transmissão está diretamente ligada à antena emissora do sinal. Pelletier apresentou trabalhos realizados em Nova York e no estado da Carolina do Norte, na construção de duas antenas potencializadas para que atenda à nova demanda do mercado, de custo viável, e com alcance satisfatório. “Para televisão digital é importante que tudo seja feito de forma confiável. Tem que trabalhar com bons fabricantes, o designer da antena tenha simplicidade e eficiência” enfatizou.

Mesmo tendo iniciado as operação há mais de cinco anos no Brasil, a TV digital ainda não conseguiu ocupar o interior do país. Sobre esse assunto Glenn Zolotar (Hitachi Kakusai Linear) “A qualidade do sinal depende de vários fatores. Desde a geração até a recepção. Falar em qualidade com muito dinheiro pra investir é fácil, o X da questão é fazer isso a um preço que seja acessível ao radiodifusor. Gerar e transmitir com qualidade e baixo custo” destacou.

O Congresso terá 44 sessões e 220 palestrantes distribuídos em 4 auditórios simultâneos, em um fórum que congrega um grupo seleto de mais de 1.600 profissionais que discutem as questões mais relevantes do setor intensamente durante um período de 4 dias.

O evento reúne de 24 a 27 de agosto de 2014 no Pavilhão Azul do Centro de Convenções e Exposições Expo Center Norte em São Paulo, especialistas do Brasil, Estados Unidos, Japão, Europa e América Latina, que discutem os principais aspectos da produção, transmissão e distribuição em TV, além de temas relacionados a vídeo, cinema, rádio e internet. Entre os temas destacados está o switch-off da TV, as interações entre TV e Internet, os desenvolvimentos tecnológicos da Copa do Mundo e muitíssimos outros temas de atualidade da indústria.

* Por Antonio Araujo, mestrando UFSCar

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