Serviços de streaming são complementares para a TV paga afirmam players brasileiros
Pay-TY Fórum analisou o mercado de TV paga no Brasil e os novos consumos. Player assumem que em um mercado em constante mudança é essencial a convergência e a oferta de conteúdos em diversas telas
O PayTV Fórum 2018, se realizou os dias 30 e 31 de julho, em São Paulo e teve a participação das principais lideranças das maiores operadoras e programadoras de TV paga no Brasil, analistas independentes, reguladores e especialistas.
O objetivo do encontro foi aprofundar a reflexão sobre um serviço presente há quase 30 anos na vida dos brasileiros e consolidado em um mercado cujo tamanho e relevância cotidiana são indiscutíveis, seja sob o ponto de vista econômico e da cadeia de valor que envolve, seja sob o ponto de vista de faturamento: cerca de R$ 30 bilhões gerados anualmente, com uma cadeia que engloba mais de 170 canais, cerca de 900 empresas produtoras de conteúdo e, junto com a banda larga e com serviços móveis, compõe os pacotes de serviço que hoje estão disponíveis a quase 18 milhões de assinantes, atingindo um contingente de mais de 60 milhões de pessoas.
No evento organizado pela TELETIME e pela TELA VIVA, Alessando Maluf, diretor de TV da Net Serviços, afirmou que “na TV tradicional investimos em levar mais conteúdo a nossos clientes”, como, por exemplo, o 4K na Copa na Rússia, mas “nossa oferta é maior, o produto OTT deve ser um produto fácil, na Copa fizemos uma experiência juntando a FOX, a operador móvel Claro e a Net para agregar valor aos clientes. No futuro nós queremos ser um aglutinador de conteúdo. Nossa ideia é juntar conteúdos e entrega-lo aos nossos assinantes de forma simples. A estratégia é utilizar a plataforma NoW dar acesso aos serviços. O Now é como um shopping no qual a NET entrega a curadoria, a senha e agregação de conteúdos, e a plataforma é a conveniência para acessar a diferentes conteúdos”.
Pirataria
Um dos destaques do evento foi o impacto da pirataria no crescimento do mercado. Para Oscar Simões, presidente da ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura), o combate é extenuante. “Quando desativamos um set-top box pirata, o mercado já tem mais três a venda”.
Por isso, afirmou Simões, combate à distribuição clandestina de conteúdos é uma batalha antiga da indústria, mas ganhou uma nova dimensão a partir do uso irregular das plataformas IP.
Fernando Magalhães, diretor de programação da Claro Brasil, disse que “está com saudades da época onde íamos a casa das pessoas a cortar os cabos pirata. Agora lidamos com soluções sofisticadas e com mais de 4 milhões de caixas piratas. O mercado perde mais de 400 milhões de reais” que, segundo o executivo poderiam ser investidos em infraestrutura, conteúdos ou melhoramentos do relacionamento com o cliente.
Por Fernando Moura, em São Paulo