Radiodifusores discutem aspectos técnicos e jurídicos da migração da AM para a FM

De acordo com palestrantes, engenheiros devem pensar no conceito de potência em vez de projetarem as suas transições baseadas no conceito de cobertura

SET SUL 2016

Eduardo Cappia, diretor da EMC Soluções e líder do comitê técnico da AESP/SET, e Cauê Franzon, gerente técnico de infraestrutura da RBS, debateram os aspectos técnicos e jurídicos da transição do rádio no painel “Migração: as primeiras emissoras no ar”, na manhã desta quarta-feira (01/06) no SET Sul 2016.

Cappia lembrou que existem 1.781 canais de AM para ser regularizados. “Desse total, 1.388 optaram pela migração, entre os quais 345 buscam a faixa estendida em regiões de alta densidade populacional. Em São Paulo, por exemplo, 62% dos canais estão na faixa estendida. No Rio Grande do sul, 25%. Em todo país, 55 emissoras migrantes concluíram a fase de habilitação junto ao Ministério, e já firmaram contrato de adaptação de outorga com a União”.

O representante da SET afirmou que os engenheiros precisam esquecer o conceito de potência e pensar no conceito de cobertura, uma vez que existem curvas de distância máxima baseadas em cálculos estatísticos de altura efetiva e de ganho de antena.

“Os radiodifusores precisam saber qual é a classe de suas emissoras. Uma mesma emissora, se instalada no centro, precisaria de 100 KW, se instalada no centro de uma cidade, mas, apenas 2 KW para funcionar na serra. É preciso trabalhar na otimização da instalação, com a máxima eficiência energética e com a aplicação de ferramentas digitais de cobertura”, frisou. Cappia convidou, ainda, os presentes a continuarem as discussões a respeito da migração do rádio no SET EXPO, em São Paulo, que se realizará de 29 de agosto a 1 de setembro de 2016.

Cauê Franzon (RBS) pontuou que a rádio tem uma penetração de 65% a 70% nas residências brasileiras e que o consumo feminino é maior do que o masculino. “A classe C é a que tem a maior distribuição e penetração no rádio. Os conteúdos precisam ser pensados a partir desses aspectos. No Rio Grande do Sul, existem mais de 900 emissoras AM e FM, sendo 400 delas ainda AM”.

SET SUL 2016
“Temos feito um esforço muito grande do ponto de vista da migração, mas, se não tivermos penetração, esse esforço se torna irrelevante. É preciso pensar até que ponto a faixa estendida é interessante para as grandes redes. Esse é um mercado que está voltado às pequenas emissoras. A indústria nacional também parece não ter interesse em desenvolver esse mercado. A indústria precisa buscar soluções de baixo custo”, ressaltou o executivo.

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DATA
O SET Sul acontece nos dias 31 de maio e 1º de junho de 2016.

HORÁRIOS
Das 9h às 18h.

LOCAL
Centro Universitário Ritter dos Reis/UniRitter, campus Zona Sul
Rua Orfanotrófio, 515. Alto Teresópolis
Porto Alegre (RS)

Por Gabriel Cortez e Fernando Moura (Porto Alegre). Fotos: Gabriel Cortez