O áudio em segunda tela

Controle do Loudness é um tema que tem sido extremamente recorrente nos últimos anos da indústria de radiodifusão. Após um grande esforço de marcas e especialistas, e inúmeras palestras e workshops, finalmente parecia que todas as dúvidas sobre funcionamento de como controlar o nível percebido de áudio de uma transmissão estava resolvido… mas sempre há mais para se aprender.

Com o crescimento da preocupação com distribuição multi-plataforma e aplicações de segunda tela, outro problema do Loudness ficou aparente: como manter um nível confortável para um espectador que acessará o conteúdo de qualquer um das dezenas de milhares de dispositivos móveis disponíveis hoje no mercado? Explicar esta questão foi a missão de Mike Daskalopoulos da Linear Acoustic.

De acordo com o especialista, o grande desafio da produção deste tipo de conteúdo está em compreender que a arquitetura dos sistemas de som dos dispositivos móveis funciona de forma bastante diferente dos alto-falantes dos televisores e home theaters. “Devido ao tamanho diminuto, os dispositivos móveis possuem uma eficiência bastante reduzida com relação aos equipamentos com alto-falantes convencionais”, explicou.

Outro desafio é a quantidade de dispositivos disponíveis. Não dá para prever se o usuários estará consumindo conteúdo em um celular de grande porte, em um menor, em um tablet ou em seu notebook. E mais, se estará usando os falantes internos ou usando fones de ouvido. “Fora isso há os diferentes sistemas operacionais, como iOS, Android e Windows Mobile, cada um com codecs e formatos proprietários e bibliotecas de áudio funcionando de forma totalmente diferente”, explicou.

Após apresentar todos estes desafios, Daskalopoulos não trouxe exatamente uma solução, mas sim uma série de dicas de trabalho relevantes para o tema. “Primeiramente, é mais fácil trabalhar com o nível de Loudness do produto original mais baixo, como os -23 LKFS e depois adaptar para os volumes de dispositivos móveis, funciona melhor assim”, afirmou.

Outras dicas incluíram empacotar o áudio separado do vídeo e fazer mixagem de faixas de fala separadamente e antes de masterizar para o dispositivo móvel. “É preciso também conhecer bem os dispositivos, pois muitos deles fazem um processamento próprio de equalização, e é importante que o profissional de áudio saiba como as coisas soam melhor, não o fabricante de smartphone”, brincou.

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