“Não vai haver leilão dos 700 MHz sem resolver os problemas de interferência”, afirma Governo.

Abrindo a edição 2014 do SET e Trinta, evento realizado pela associação durante a NAB em Las Vegas, diversas autoridades tomaram o microfone com o intuito de acalmar os radiodifusores à respeito do polêmico leilão da faixa dos 700 MHz. O secretário de telecomunicações do MiniCom Maximiliano Martinhão, o conselheiro da Anatel Marcelo Bechara e Patricia Ávila, representando o secretário executivo do Ministério das Comunicações Genildo Lins tomaram alguns minutos dos paineis à convite do presidente da SET Olímpio Franco.

“O governo não vai realizar o leilão dos 700 MHz antes de termos toda a situação técnica das interferências sob controle”. O primeiro a trazer a afirmação foi Martinhão, mas os três representantes do governo fizeram questão de fazer um discurso pautado na perspectiva de que os radiodifusores não precisam temer um leilão “às pressas” para agradar as empresas de Telecomunicações.

“O setor de radiodifusão, em particular a TV digital, é muito importante para o Brasil”, explicou Martinhão. “Vocês todos são testemunhas do esforço do governo em promover o padrão ISDB-T internacionalmente e do sucesso que temos alcançado com este processo”, concluiu.

Quem bateu mais forte, porém, foi o conselheiro da Anatel. “Nós não vamos jogar a poeira para debaixo do tapete”, afirmou Bechara, e continuou “Governo nenhum, nem este nem qualquer outro, vai cometer qualquer tipo de ação irresponsável, que é deixar os telespectadores prejudicados, sem receber o seu sinal de televisão”.

Bechara enfatizou que o governo tem consciência da importância e força que a televisão aberta possui no Brasil. “Sabemos da importância desta mídia, não só como fonte de informação, mas também como, em alguns casos, única fonte de lazer para muitos brasileiros”, explicou. 

O conselheiro falou entender as críticas que tem sido feitas à Anatel com relação à pressa no cronograma para leiloar a faixa, mas prometeu não medir esforços para resolver a situação das interferências. “Nós vamos fazer todas as reuniões técnicas individuais e coletivas, e eu vou pessoalmente onde quer que precise, vou levar técnicos, fazer debates, levar pancadas… Não tem problema, mas não vamos publicar nenhum edital enquanto as questões técnicas estiverem sanadas”, afirmou Bechara.

Por fim, o conselheiro deixou claro há presença de pressões vindas também do setor de telecomunicações. “O próprio setor de telecom está preocupado com a interferência. Não há mais espaço no Brasil para a irresponsabilidade de colocar um serviço caro, como é o 4G, à disposição da população e ele não funcionar corretamente”, completou.

Já Patrícia Ávila foi mais política. Representando o secretário executivo do Ministério das Comunicações Genildo Lins, Ávila começou seu discurso exaltando as conquistas que a atual gestão trouxe para o setor. “Desde 2011 atendemos diversas das demandas que vocês trouxeram para nós. Simplificamos a burocracia do ministério, como a possibilidade de alteração do quatro diretivo, renovação e toda a parte técnica”, afirmou.

A representante então abordou o crescimento da TV Digital e os avanços do Rádio Digital durante a gestão, trazendo os números do rápido crescimento das outorgas de canais digitais. A representante abordou também o lançamento do sistema eletrônico do ministério, que deve ser lançado no fim de abril e trazer ainda mais celeridade à todos os processos.

Para terminar, mais uma vez reassumiu o compromisso do governo de não leiloar a faixa dos 700 MHz sem que a questão da interferência esteja plenamente resolvida.

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