SET Centro-Oeste 2016 repercute desligamento da TV analógica de Brasília

Switch-off no Distrito Federal foi o assunto predominante dos seminários do último encontro regional da SET em 2016. O evento ocorreu cinco dias após o encerramento das transmissões analógicas na capital do país e contou com painel especial que discutiu os desafios enfrentados pelos radiodifusores de Brasília no decorrer do processo. A falta de cobertura e a possível ‘exclusão digital’ de parte da população preocupam os especialistas

por Fernando Moura e Gabriel Cortez

A SET realizou, em Brasília, o seminário regional SET Centro-Oeste 2016, o último dos cinco encontros regionais da entidade organizados no ano passado. Na abertura do SET Centro-Oeste 2016, Emerson Weirich, diretor regional da SET e gerente de Engenharia da EBC, destacou a importância de refletir sobre a migração naquele mo-mento. “É o primeiro evento em que poderemos debater um ‘pós-desligamento’”, avaliou.
Além dos painéis em que se discutiu o switch-off, o SET Centro-Oeste contou, também, com a participação de representantes de empresas parceiras da SET que apresentaram as novidades tecnológicas para os setores audiovisual e de broadcast tanto em palestras quanto na área de demonstrações do evento. A seguir, brindamos os leitores com um resumo do que foi discutido no Hotel Brasília Imperial, nos dois dias de evento.

Emerson Weirich (
SET/EBC) moderou as atividades do oitavo SET Centro-Oeste realizado em Brasília

Em uma das sessões inaugurais do encontro, representantes de emissoras e entidades envolvidas no switch-off da TV analógica brasileira contaram os desafios com os quais se depararam no decorrer do pro-cesso em Brasília. Gunnar Bedicks (Seja:Digital), na comunicação “As atividades desenvolvidas pela Seja: Digital no processo de liberação da faixa de 700 MHz”, afirmou que os atores envolvidos no desligamento do sinal analógico no país devem se preocupar, sobretudo, em relação à cobertura do sinal digital.
“O Brasil tomou a decisão de fazer o processo de forma exclusiva e diferente do mundo todo. No Reino Unido, nada aconteceu enquanto a cobertura não esteve em 98,5%.
O satélite free-to-view foi complementar para atingir essa meta por lá. No Japão, o desligamento só ocorreu com 100% do sinal coberto. Por aqui, não houve meta de cobertura estabelecida antes do desligamento. Há meta de recepção, com os 93%, mas não há um critério de cobertura. O erro foi que, primeiro, nós vendemos a faixa e, depois, fomos pensar em criar modelos para limpá-la”, co-mentou o representante da Seja:Digital.
Paulo Henrique Balduino (ABERT) também

considerou a questão da cobertura em sua explanação. “Fizemos o switch-off aqui em Brasília chegando a quase 90%, 92% de digitalização. A capital mostrou que o índice é alcançável. Estamos trabalhando de forma a manter as metas que estavam estabelecidas. Agora, pensando no que precisamos fazer, alguns ajustes serão necessários em relação à cobertura. Outro aspecto que nos preocupa muito é a recepção. Por mais esforço que tenha sido feito, há casas em que a instalação não foi bem realizada.”

Gunnar Bedicks afirmou que os atores envolvidos no switch-offbrasileiro devem se preocupar, sobretudo, em relação à cobertura do sinal digital

 

Além de também mostrar preocupação com os possíveis problemas de cobertura após o desligamento do sinal analógico, Paulo Henrique Balduino ressaltou a importância de preservação do espectro para a radiodifusão