O Pós-desligamento no Distrito Federal

SET Centro-Oeste 2017

por Gabriel Cortez e Fernando Moura

Emerson Weirich, gerente executivo de engenharia da EBC e diretor
regional da SET Centro-Oeste,
moderou o painel inaugural
do evento

O painel inaugural reuniu engenheiros das principais emissoras de TV da região para discutir e apresentar as suas experiências no switch-off analógico. Os executivos repercutiram a questão da complementação da cobertura do sinal digital em um momento de queda de receitas e de necessidade de investimentos em infraestrutura. A sessão foi moderada pelo diretor da Regional Centro-Oeste da SET, Emerson Weirich. O compartilhamento de equipamentos de distribuição foi apontado como possível solução no cenário de transformações.

Luciano de Melo Silva, gerente de engenharia e TI da Band (DF), lembrou que a audiência da emissora cresceu após o switch-over na região, em novembro de 2016. “Isso, para a emissora, foi muito significativo. O nosso grande desafio agora é manter a agenda de investimentos. Temos queda de receitas e necessidade de aumento orçamentário. O grande desafio tem sido esse, manter uma agenda de investimento frente a não ter um aumento de receitas”, pontuou.

Luiz Carlos Abrahão, diretor de tecnologia da Globo (DF), ressaltou que a audiência da emissora também aumentou após o desligamento. “Isso foi uma gratíssima surpresa para nós em toda a experiência. As pessoas ficaram maravilhadas com os recursos da TV Digital. Esse contato direto com o público foi uma coisa fantástica. Mas não bastava somente produzir informação para o telespectador. Geramos uma ferramenta de atendimento aos usuários que também foi fundamental para garantir a qualidade de sinal e a audiência. As experiências são a força motriz do nosso trabalho”, exclamou.

A sessão reuniu engenheiros das principais emissoras do Distrito Federal

Abrahão propôs ainda o compartilhamento de infraestrutura como uma forma de contornar a dificuldade de investimentos e a queda de receitas. “É uma oportunidade de multiplicar a oferta de suporte aos telespectadores. Obviamente, sabemos que os tempos, estratégias e movimentos das empresas são diferentes, mas temos aqui a oportunidade de estabelecer um modelo de negócios que fortaleça a todos nós”, ponderou.

O diretor de tecnologia da Globo
no DF, Luiz Carlos Abrahão,
propôs o compartilhamento
de infraestrutura como uma forma
de contornar a dificuldade de
investimentos e a queda de receitas

Fernando Matos Silva, gerente técnico do SBT no Distrito Federal, lembrou que a emissora começou as suas transmissões digitais em caráter experimental em 2008, ciclo que se completou com o switch-over em novembro do ano passado. “Temos operação em SFN, em Gap Filler e em MFN na região. Saímos de seis sites analógicos e estamos com sete sites digitais”, explicou.

O executivo destacou ainda que, ao longo do processo, perceberam a necessidade de trocar antenas para ter mais eficiência na entrega do sinal. “Foi necessário desenvolver uma metodologia de medição de sinal. “Foi um ciclo complicado, em um momento em que as receitas das emissoras estavam caindo, e precisávamos fazer os investimentos. Tivemos que criar um SLA de energia, comprar nobreaks com maior capacidade de operação, links de rádio reserva. Os trabalhos e investimentos em infraestrutura continuam, mas Brasília foi pioneira e, nesse processo, a troca e o compartilhamento de informações entre as emissoras da região ajudaram bastante”, concluiu.