“Indústria TI ainda não se voltou à privacidade e à protocolos de segurança em redes IP”, afirma especialista da SET

Qualidade da experiência em VoD e OTT via Internet Protocol  foi abordada no segundo dia do SET Centro-Oeste 2016

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Iniciando as palestras da manhã desta quarta-feira (23), no SET Centro-Oeste 2016, Vitor Oliveira Chaves (SET/Coach IT Group/Unisal) abordou os desafios técnicos, regulatórios e de conteúdo com os quais a radiodifusão se depara em um mundo cada vez mais voltado ao IP e ao VoD.

O especialista afirmou que os produtores de conteúdo devem estar atentos à qualidade dos processos e da padronização dos conteúdos, ao invés de considerar apenas a qualidade técnica do vídeo. A qualidade de um vídeo, para o usuário, está muito ligada à satisfação, segundo o palestrante, e pode variar de acordo com dois aspectos: localização geográfica e tipo de dispositivo que se está usando.

“Se pararmos para observar, os vídeos mais assistidos no Youtube hoje não são nem 4K. Quem traz qualidade a um conteúdo são as pessoas. Na área de TI, a métrica hoje é pensar em manter o espectador assistindo o vídeo. O conteúdo que atrai mais é o que mais imita os conteúdos de TV, com processos já definidos. O mundo muda, mas não tanto, apesar dos avanços tecnológicos, da automatização e da mineração de dados, da utilização disso para a produção de conteúdos. O que atrai as pessoas é padronização, processos e qualidade. Quando você define um bom processo, que agrega qualidade, os resultados serão positivos”, afirmou.

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“Indústria TI ainda não se voltou à privacidade e à protocolos de segurança”

Oliveira lembrou, também, que o custo para construir infraestrutura de telecom é alto e os investimentos em uma tecnologia proprietária, para a entrega de vídeo em IP, é fundamental. “A demanda de distribuição cresce exponencialmente, mas a nossa capacidade de rede cresce linearmente. Isso é um gargalo com o qual podemos nos deparar em breve. O Youtube, o Netflix e algumas plataformas de entrega de vídeos pornô só funcionam porque investiram em protocolos proprietários de entrega de conteúdo. É preciso fazer o pessoal de TI correr atrás dessa proximidade com o meio físico. É preciso buscar uma tecnologia orientada ao consumo, à aplicação.”

O palestrante lembrou, ainda, que 49% das pessoas ainda assistem vídeo online para recuperar conteúdos que não assistiram pela TV. “O vídeo é o que consome a banda”, disse.

Outro desafio para integrar o mundo de TI à engenharia de televisão é dotar as tecnologias IP de estruturas com confiabilidade e pontualidade, algo que é fundamental para a entrega de conteúdos na radiodifusão, segundo Vitor.

Ele foi questionado, ainda, a respeito de como está o desenvolvimento em relação à privacidade nas tecnologias IP e afirmou que a indústria ainda não se voltou a essa questão, pois está desenvolvendo os protocolos primeiro. “Estamos totalmente expostos na rede. A preocupação ainda é fazer funcionar a rede, fazer o vídeo chegar. Ainda estamos muito expostos com as redes IP.” Emerson Weirich afirmou que enxerga, no mundo IP, um oceano à pirataria. Vitor lembrou que Holywood, por exemplo, não armazena séries e lançamentos na nuvem.

SET Centro-Oeste 2016

O encontro se realiza nos dias 22 e 23 de novembro de 2016, das 9h às 18h, no Hotel Brasília Imperial (SHS Quadra 3, Bloco H, Brasília-DF).

Programação completa

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site da SET.