Transmissão híbrida na TV aberta brasileira: o DTV Play e as suas potencialidades

SET EXPO: “O OLHAR DOS ESPECIALISTAS DA SET”

O perfil D do Ginga tem como principal objetivo trazer maior integração entre broadcast e broadband, integrando também dispositivos pessoais durante a experiência do usuário.

por Deisy Feitosa

Experiência personalizada de recepção de conteúdos em ambiente de TV aberta. Esse foi o assunto mais falado do 30º Congresso de Tecnologia do SET e do SET Expo 2018. Quem visitou o estande da empresa Mirakulo na feira pôde fazer uma degustação da tecnologia DTV Play, o mais recente aprimoramento do Sistema Brasileiro de Televisão Digital, ainda em fase de implementação pelo Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (Fórum SBTVD). DTV Play é o nome comercial do novo perfil de receptores Ginga, identificado na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) como perfil D. Seu principal objetivo é trazer maior integração entre broadcast e broadband, integrando também dispositivos pessoais durante a experiência do usuário.
O protótipo, desenvolvido pela Mirakulo em parceria com a Globo e a fabricante TCL, demonstrou em São Paulo alguns casos de uso do DTV Play no sistema operacional do receptor de televisão TCL, que conseguia fazer uma aplicação Ginga ativar conteúdos do Globoplay. Ou seja, para que o DTV Play pudesse ser testado, foi feita uma versão no Globoplay integrada ao firmeware desse aparelho de TV, de forma que uma aplicação Ginga fosse conectada ao aplicativo embarcado. Dessa forma, a interface oferecia ao telespectador, via pop-up, sugestões de conteúdos disponíveis no Globoplay e a opção de participar de enquetes e de assistir a programas em qualidade 4K.


De acordo com David Brito Jr., engenheiro da Mirakulo, o projeto começou a ser pensado há quase um ano, mas é uma solução que vem sendo discutida há alguns anos por emissoras, empresas e universidades do mundo inteiro; inclusive, com recomendação da União Internacional de Telecomunicações (UIT), para que fosse pensada a integração das transmissões broadcast e broadband. Tais discussões teriam originado a HbbTV (Hybrid Broadcast Broadband TV), a HybridCast e o ATSC 3.0, versão mais recente do sistema norte-americano de TV Digital. “Nós fizemos uma proposta ao Fórum SBTVD para desenvolver esse novo perfil Ginga, o DTV Play. Isto é, em conjunto com a radiodifusão, levamos uma proposição de como seria esse novo padrão, e a proposta foi bastante aceita pela academia e por todos os parceiros do Fórum SBTVD”, relatou Brito Jr. No entanto, Marcelo Moreno, engenheiro, pesquisador e consultor do Fórum SBTVD, ressalta que a proposição trazida pela Mirakulo foi apenas uma parte das discussões: “Tivemos contribuições de diversos outros setores e em diversos aspectos não endereçados inicialmente pela proposta da Mirakulo”, observou. Ele lembrou, ainda, que o Ginga, com a especificação do Perfil C, já fora reconhecido pela União Internacional de Telecomunicações como um sistema IBB (broadcast-broadband).
Segundo David Brito Jr., apesar de o desenvolvimento do protótipo apresentado ter sido realizado somente em conjunto com a Globo, as demais emissoras de radiodifusão terrestre poderiam lançar mão da tecnologia, no momento em que for integrada ao SBTVD. O engenheiro contou mais detalhes dos testes. “Estamos experimentando uma solução para votação no Big Brother Brasil, na qual o usuário é convidado a participar do processo via Globoplay. Assim, a gente consegue levar uma experiência muito mais rica e mais transparente. Além disso, no momento em que aperta o ‘ok’ para votar, já acessamos os dados daquele usuário e indicamos qual é o seu login, sem que sejam necessárias aquelas interações tão difíceis pelo controle remoto ou inserir senha. Basta ele escolher a opção que quer na votação, apertar ‘ok’ e pronto”. Outro exemplo dado por Britto Jr. é que, ao invés de o  usuário ter que esperar uma semana para acompanhar o próximo episódio de sua série favorita na TV aberta, com o DTV Play, todo o conteúdo da série estará disponível imediatamente no Globoplay, e, assim como nos demais OTT (Over-the-Top), poderá assistir a uma maratona.
O DTV Play também permite, como dito anteriormente, que o conteúdo seja visto em diferentes formatos de imagem. “Se o telespectador está vendo um conteúdo broadcast disponível em 4K na internet (broadband), pode aparecer-lhe a pergunta: Você quer assistir a este conteúdo em 4K? Basta apertar “ok” e será conduzido do mundo broadcast para o mundo broadband, onde assistirá ao mesmo conteúdo com qualidade superior”, explicou o engenheiro.
Segundo Raymundo Barros, diretor de Tecnologia da Rede Globo, a base tecnológica de ponta pensada por engenheiros do SBTVD é o que permite essa e outras evoluções que ainda acontecerão no sistema. “O nosso padrão é fantástico, tem muito espaço de evolução, e por isso foi razoavelmente simples construir a especificidade para esse novo framework de dados que integra o broadcast com o broadband”.
Considerando que a tecnologia evolui a passos largos, o professor Almir Almas, do Departamento de Televisão e Rádio (CTR), da Escola de Comunicação e Artes da Unidade de São Paulo, endossa a colocação, ao lembrar que, desde o seu desenvolvimento inicial, já foram previstos aprimoramentos na arquitetura do ISDB-Tb (Sistema nipo-brasileiro). Para Almas, com o DTV Play, o ISDB-Tb tem grande chance de se destacar, mais uma vez, em cenário mundial, por ter uma arquitetura original cuja estrutura permite a integração entre broadcast e broadband, sem que seja necessário um novo switch-off devido a essa evolução. “Creio que essa é uma grande chance de evolução e de busca por novas soluções tecnológicas possíveis. E, claro, entendo que se houver uma evolução no ISDB-Tb todos os países usuários desse sistema também se beneficiarão dos aprimoramentos”, analisou.

Nuances
Na edição 179 da Revista SET, publiquei um artigo em que especialistas, durante a NAB 2018, chegaram a afirmar que a nova versão do sistema de TV Digital norte-americano, o ATSC 3.0, faz dele o melhor padrão existente hoje no mundo, e aquele com maior grau de inovação. No entanto, o engenheiro e pesquisador Gunnar Bedicks Jr., diretor da Seja Digital, destacou que as novas tecnologias para a camada física que foram incorporadas ao ATSC 3.0 “propagadas como inovadoras”, nada mais são do que as mesmas já adotadas pelo Brasil, para o ISDB-T, em 2006: modulação OFDM, flexibilidade e mobilidade, Single Frequency Network (SFN) e EWBS.
Ele observou que os desenvolvedores do ATSC concordaram que as técnicas utilizadas pelo DVB-T/T2 e pelo ISDB-Tb: “São as mais adequadas para a transmissão/recepção terrestre”. No entanto, Bedicks reconheceu que, do ponto de vista da camada de transporte, há inovação, e é o que possibilita a transmissão de conteúdos IP combinados com conteúdos de áudio e vídeo comprimidos em protocolos MPEG. “E essa ino-vação pode ser incorporada ao ISDB-T sem a necessidade de perdermos o legado dos receptores de TV ISDB-T. Já do ponto de vista da transmissão, não haveria a necessidade de se substituir os transmissores de TV ISDB-T, mas apenas a de adequar o multiplexador para suportar as novas tecnologias propostas. Assim, não vejo no futuro a substituição do ISDB-T pelo ATSC 3.0, mas uma possível adequação da camada de transporte atual para suportar as inovações”, refletiu.


Em relação ao DTV Play, cujo nome definitivo ainda está por ser confirmado, o engenheiro Marcelo Moreno explicou que nada mais é do que o novo perfil de receptores Ginga, ou seja, o perfil D, que é uma evolução tanto pelo lado do NCL/Lua, quanto referente à incorporação do HTML5. “Nas normas, temos agora o Ginga-NCL, o Ginga-HTML5, e mais um novo componente no Ginga Common Core, denominado Ginga-CC Webservices”, detalhou.
Bedicks e Moreno lembram, no entanto, que a integração broadcast-broadband só acontece quando a TV está conectada à internet banda larga. Isto é, sem uma smarTV não haverá “broadband” e, consequentemente, não será possível acessar o serviço DTV Play. Além disso, só haverá a necessidade de trocar de aparelhos de TV ou utilizar conversores se quisermos receber um novo conteúdo transmitido através de novas tecnologias como 4K, por exemplo.
E é isso, segundo Gunnar, que permite que a transição para o DTV Play ocorra de forma seamless. Isto é, sem a necessidade de switch-off do digital. No caso do ATSC 3.0, como os receptores de TV atuais não são compatíveis na camada física (RF) com o novo sistema ATSC3.0, será necessário, sim, fazer um novo desligamento.
O professor Almir Almas, a seu turno, reconhece que houve uma importante evolução do sistema nos últimos anos, especialmente porque os desenvolvedores passaram a se dedicar à correção de falhas apontadas, inclusive, por pesquisas brasileiras. “Eles se dedicaram a recuperar o que era deficitário no sistema em relação aos outros existentes. E as pesquisas brasileiras realizadas na primeira metade dos anos 2000, quando da definição do padrão brasileiro de TV Digital, foram fundamentais para essa avaliação, na medida em que realizaram testes comparativos dos três sistemas existentes e em uso, na época, para medi-los e avaliá-los. Essas pesquisas, além de terem sido importantíssimas para que o Brasil definisse o seu sistema, fizeram com que os outros sistemas pudessem se reavaliar”, apontou o acadêmico.

DTV Play ou Ginga?
Para Raymundo Barros, por se tratar de um modelo de integração broadband e broadcast que provê ao usuário final uma experiência digital em que assistir TV aberta passa a ser uma experiência “logada”, a solução não deve ser chamada de Ginga. “Não vamos chamar de Ginga, mas de um novo framework de dados. Isso não tem nada a ver com o conceito de interatividade concebido em meados dos anos 2000”, esclareceu no SET EXPO.
Já Marcelo Moreno não vê a evolução como disruptiva: “O Ginga já tinha muito da integração broadcast- broadband. Há, sim, novas funcionalidades em todo o middleware que tornarão mais fácil essa experiência logada”, defendeu. “Para o público em geral, esse conjunto de atualizações será disseminado com o nome de DTV Play, mas tratando-se, de fato, de uma evolução do Ginga. É uma evolução do selo DTVi que quase ninguém entende de fato”, finalizou.
O professor Almir Almas, por sua vez, acredita que o DTV Play pode ser um caminho para a consolidação da interatividade no Brasil, e para a recuperação do que considera um ‘prejuízo histórico’: “A interatividade por broadcast no Brasil acabou sofrendo bastante e não conseguiu se consolidar, muito por falta de aposta das grandes emissoras e dos principais players da televisão digital terrestre”, refletiu.
Mas a forma como a interatividade pode ser explorada na TV aberta é um tema que ainda divide opiniões. Para Gunnar Bedicks, interatividade está ligada a conteúdos sob demanda: “Interatividade na TV significa Netflix, Amazon TV, Apple TV, Now TV. Vi no congresso IBC2018, realizado em Amsterdã, em setembro passado, uma enormidade de empresas apresentarem essas tecnologias. Só a Netflix já tem 140 milhões de assinantes no mundo. O conteúdo é o “killer aplication”, e como falou o CTO da BBC, Matthew Postgate: ‘Conteúdo é o rei, mas talento é o rei dos reis’”, ilustrou. “As pessoas interagem com a TV em busca de conteúdos que contem histórias interessantes e as envolvam”, complementou.

A aplicação é para os seus desenvolvedores o “embrião do profile D” do Ginga que esta a ser debatido no Fórum SBTVD

Para Almir Almas, entretanto, interatividade vai além da escolha de conteúdos proporcionados pelos aplicativos OTTs das emissoras, mas trata-se de uma experiência circular e bidirecional de aprendizagem contínua entre sistemas e audiências. “Considero a interatividade como a relação entre o usuário/telespectador e o sistema; com o sistema sendo modificado pelo telespectador e modificando-o também. Nesse sentido, não concordo com que as pessoas se dão por satisfeitas só com isso. Havendo banda larga, essa integração pode ajudar a interatividade, em especial, por termos um canal de retorno assegurado. E, dentro disso, ainda temos o Ginga, que com suas evoluções possibilitará, no meu entender, interatividade nessa convergência broadcasting/broadband”, analisou.

No estande da Mirakulo destaque para o Globoplay embarcado nas TVs da TCL

Os próximos passos do DTV Play
O DTV Play, considerado como um novo framework do SBTVD, está em fase de consulta pública na ABNT. Logo que receber todas as contribuições, fará parte das normas do Sistema Brasileiro de TV Digital o que permitirá aos fabricantes implementá-lo de forma voluntária nas suas novas linhas de televisores.
Isso significa que a tecnologia poderá ser adotada para serviços de OTT de qualquer emissora de TV aberta. No caso do GloboPlay, com a tecnologia DTV Player, deixará de ser um serviço catchup para se tornar uma plataforma OTT do grupo Globo, que oferecerá para o público conteúdos originais produzidos pela Globo, com conteúdos licenciados e séries produzidas pela GloboSat, de acordo com o engenheiro Raimundo Barros.

Modelo de negócios
Conforme David Britto Jr., da Mirakulo, com a integração do canal de TV aberta com o GloboPlay, a emissora passa a conhecer mais a fundo o usuário da TV, seus gostos e seus costumes. Com isso, pode oferecer conteúdos personalizados: “Nós podemos também explorar maiores capacidades da TV, por exemplo, oferecer conteúdo 4K via streaming no lugar do sinal full HD recebido pela antena”, explicou.
Ele acrescentou que será um serviço gratuito para o telespectador, o que não impede que, eventualmente, sejam oferecidos conteúdos só para assinantes. “Ele vai ser convidado a ser assinante ou vai receber um conteúdo que é só degustação”, reforça. Já para a emissora, o engenheiro explica que a ideia é que seja também uma fonte de renda e que permita a oferta de mais conteúdos e de acordos comerciais. “Eu acho que isso está trazendo a experiência personalizada da internet para a TV aberta, de você assistir o que quer, na hora que quiser”, observa.
A propaganda personalizada ou endereçada, um dos pontos focais do ATSC 3.0, também se torna possível com o DTV Play. E isso tem aberto um importante diálogo com as agências de publicidade brasileiras, conforme Britto Jr. “Existem novos modelos de negócio que não existiam antes, e essa tecnologia passa a ser mais interessante tanto para emissoras de TV quanto para agências de publicidade. Nós demonstramos ferramentas do DTV Play em alguns eventos e tivemos uma resposta bastante positiva por parte de profissionais de agências de marketing e publicidade. Quando viram, passaram a ter várias ideias de como poderiam trazer novos negócios e novas formas de trazer publicidade”, contou.

“A TV continua viva como sempre”, mas…
O engenheiro Gunnar Bedicks observou em sua fala que, definitivamente, “morte da TV” é uma previsão fadada ao fracasso, pois as pesquisas e a realidade em ambiente de convergência comprovam uma direção contrária a essa afirmação. “Escutei, em uma palestra do IBC2018, o CEO da Youview dizer que a audiência da TV terrestre na Inglaterra aumentou. A TV continua viva como sempre, o que está mudando é a forma como o conteúdo chega até a TV, e nesse quesito cada país, cada região, cada cidade tem suas particularidades. O que importa é conteúdo interessante, e é isso que as pessoas estão buscando. Não importa onde esteja: na TV aberta, na TV por assinatura ou na internet. ISDB-T, DVB-T, ATSC, IP, são apenas camadas físicas que transportam o conteúdo. Se o conteúdo não for interessante para o telespectador, não existe tecnologia que possa trazer audiência”, refletiu.

A partir desta afirmação, podemos inferir que o que vemos é uma TV mais viva, com espaços mais plurais e propícios, não apenas para diferentes formatos de entrega de conteúdos, mas para diferentes formas de contar histórias. O que vemos é um território transmídia que ganha força e exige dos radiodifusores um olhar cada vez mais integrado, plural, qualificado, segmentado e colaborativo. Esse é o lugar da criatividade, de se experimentarem inesgotáveis formas de interatividade e de se explorarem diferentes saberes. Posta em nossa mesa a tecnologia, o momento agora é de olharmos para o rei conteúdo, talento, e de atender ao imperador chamado (tele)espectador, interator. Não é mais sobre sermos vistos, observados, mas sobre olharmos para a TV de forma mais aberta do que nunca, observá-la e, principalmente, escolhê-la. O ato de zapear, em nossos dias, dá lugar ao ato de navegar, tornando-nos navegadores de um mar de conteúdos que é ampliado a cada dia. E ganha quem captar não apenas o nosso olhar, mas, sim, nossas preferências, gostos e exigências.

Deisy Fernanda Feitosa Deisy Fernanda Feitosa
Deisy Fernanda Feitosa, jornalista e pesquisadora do Observatório Brasileiro de Televisão Digital e Convergência Tecnológica – CTR/ECA/USP; e pós-doutoranda do Núcleo Diversitas – FFLCH-USP. Contato: [email protected]
Sobre a iniciativa da Globo em testar o DTV Play
O Globo Play foi lançado em 2015 como serviço de catchup da TV Globo para smartphones. O sucesso da plataforma fez com que atingisse 20 milhões de usuários únicos por mês, segundo dados fornecidos por Raymundo Barros, diretor de Tecnologia da Rede Globo. A grande descoberta dessa experiência, segundo o diretor, foi que “o televisor é um dos mais importantes devices para conteúdos sob demanda”, já que os pacotes de dados de internet no Brasil ainda são muito restritos, e isso faz com que as pessoas tenham acesso limitado aos conteúdos online. Sendo assim, a Globo se deparou com um importante problema, segundo o executivo: para acompanhar marca, modelo e firmeware dos fabricantes de televisão, foi necessário construir mais de mil versões do Globoplay. Ou seja, só os sistemas operacionais Android e IOS não bastavam. Além disso, os fabricantes lançam novas atividades a cada seis meses, o que só tornava mais complexa a experiência do GloboPlay: “O que tínhamos era um ambiente desafiador do ponto de vista tecnológico”, avaliou em coletiva de imprensa realizada no SET EXPO 2018. Segundo Barros, tudo isso indicava a hora de se dar um passo para um novo cenário, ou seja, reconhecer os aparelhos de televisão como plataformas: “Os televisores estão se tornando plataformas, e reconhecê-los dessa forma significa ampliar o relacionamento com os fabricantes”, defendeu. E o DTV Play seria, então, o lugar desse novo cenário. O GloboPlay passa, assim, a ser executado de forma nativa, dentro do televisor, de modo integrado à TV aberta e à transmissão broadband, originando uma experiência híbrida de transmissão  (hybridcast). Isso permite ao telespectador, por exemplo, assistir a uma minissérie em mais de um formato de vídeo, através do canal broadband, e depois voltar para o televisor. No entanto, o executivo da Globo lembrou que os fabricantes de televisores continuarão a ter uma plataforma própria, por se tratar de um ideal de competitividade inevitável: “Temos que respeitar a regra do jogo. Temos que nos adequar a cada plataforma. Estamos discutindo com todos os fabricantes de televisores. Vamos evoluir sobre a maneira como o Globoplay está em cada televisor”, explicou.