Phelippe Daou morre aos 87 anos

O presidente e fundador da Rede Amazônica, Phelippe Daou, grande apoiador do SET Norte e precursor da televisão no norte do país, faleceu na quarta-feira, 14 de dezembro aos 87 anos

Daou estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para uma cirurgia. Ele morreu de falência múltipla dos órgãos. Era viúvo e deixa dois filhos, Cláudia Daou Paixão e Silva, e Phelippe Daou Jr.

O presidente da Rede Amazônica era filho de Nazira Chamma Daou e do comerciante José Nagib Daou. Formado na Faculdade de Direito do Amazonas, iniciou sua carreira jornalística como repórter do Jornal do Comércio. Um ano mais tarde, foi contratado pela empresa Archer Pinto, que nessa época era proprietária de “O Jornal e Diário da Tarde”. Lá exerceu diversas funções redacionais, e trabalhou na Rádio Rio Mar.

O deslanche foi em 1968, quando junto a Milton Cordeiro e Joaquim Margarido, criou a Amazonas Publicidade, a gênese da Amazonas Distribuidora Ltda e Rádio TV do Amazonas S.A., que são parte, entre outras emissoras, da Rede Amazônica de Televisão que nasceu no dia 1 de setembro de 1972.

A parceria da Rede Amazônica com a SET foi fundamental para que a entidade realizasse pela primeira vez em 1998, um SET Regional. Hoje, o SET Regional Norte é o mais antigo dos regionais da entidade e um dos mais populares.

Daou em sua participação no SET Norte 2015

Daou em sua participação no SET Norte 2015

A Rede Amazônica divulgou nota de pesar pela morte de Phelippe Daou, na qual afirmou que o “Doutor Phelippe”, como era conhecido, “ao longo de sua trajetória, pessoal e profissional, acumulou amigos e admiradores. Defensor árduo da Amazônia, de sua cultura, de sua história e de seu povo. Respeitado e extremamente querido por todos que tiveram a honra de conhecê-lo. Dr. Phelippe está partindo, mas nos deixa a certeza de que sua trajetória é uma história de admiração, respeito, honestidade, generosidade e sucesso”.

Último SET Regional de que participou

Olímpio Franco discursa na abertura do SET Norte 2015 enquanto Phelippe Daou e Nivelle Daou (SET/Rede Amazônica) escutam atentamente as referências do então presidente da SET sobre a colaboração inestimável da Rede Amazônica

Olímpio Franco discursa na abertura do SET Norte 2015 enquanto Phelippe Daou e Nivelle Daou (SET/Rede Amazônica) escutam atentamente as referências do então presidente da SET sobre a colaboração inestimável da Rede Amazônica

Na sua última participação em um SET Norte, em novembro de 2015, Phelippe Daou, afirmou na cerimônia de abertura que o Amazonas também tem pressa. “Mas nossa pressa em Manaus não se assemelha à do paulista quando anda na rua, mas temos as nossas pressas.

Daou no aniversário de 40 anos da Rede Amazônica no Amapá

Daou no aniversário de 40 anos da Rede Amazônica no Amapá

A Amazônia despertou o interesse das pessoas, mas não aquele entusiasmo de quem vai para uma grande viagem, não vinham para ficar. Por este motivo nós queríamos que fizessem aqui reuniões como se faziam no Rio de Janeiro e São Paulo. O dia da primeira versão desta reunião em Manaus (1998) nos fez lembrar um fato que sempre recordo. Nós vínhamos de fundar uma retransmissora em Solimões, nesse momento estava o saudoso ministro João de Oliveira quem fez muita coisa pela Amazônia. Quando acabou a inauguração uma senhora de idade disse-lhe: ‘agora somos gente’. Eu repetiria que a vossa presença nos faz crer que vocês acreditam na Amazônia, isso é bom, porque se vocês pensam na Amazônia, ela está cumprindo na área de televisão etapas que quem não convive com a TV não sabe o que acontece”.

Ainda referiu que a “Rede Amazônica não é operadora só da Capital, somos operadores do Estado do Amazonas, de Roraima, do Acre, do Amapá. Chegamos a muitos, por isso a Amazônia se sente muito orgulhosa quando se encontra com vocês, porque trazem o que há de melhor, e nós, apesar da fraqueza econômica, queremos acompanhar esses avanços tecnológicos”.

O radiodifusor finalizou a sua emocionada apresentação afirmando: “nossa missão é abraçada com carinho e amor. Sejam felizes e pensem na Amazônia como uma terra de oportunidades”. n