“Indústria TI ainda não se voltou à privacidade e aos protocolos de segurança em redes IP”, afirma especialista da SET

Qualidade da experiência em VoD e OTT via Internet Protocol foi abordada no segundo dia do SET Centro-Oeste 2016“

Vitor Oliveira Chaves (SET/Coach IT Group/Unisal) abordou os desafios técnicos, regulatórios e de conteúdo com os quais a radiodifusão se depara em um mundo cada vez mais voltado ao IP e ao VoD. O especialista afirmou que os produtores de conteúdo devem estar atentos à qualidade dos processos e à padronização dos conteúdos, ao invés de considerar apenas a qualidade técnica do vídeo. Lembrou, também, que o custo para construir uma infraestrutura de telecom é alto e o investimento em uma tecnologia proprietária, para a entrega de vídeo em IP, é fundamental.

“Estamos totalmente expostos nas redes IP. A preocupação ainda é fazer funcionar a rede, fazer o vídeo chegar”, opinou Vitor Oliveira

“A demanda de distribuição cresce exponencialmente, mas a nossa capacidade de rede cresce linearmente. Isso é um gargalo com o qual podemos nos deparar em breve. O Youtube, o Netflix e algumas plataformas de entrega de vídeos pornô só funcionam porque investiram em protocolos proprietários de entrega de conteúdo. É preciso fazer o pessoal de TI correr atrás dessa proximidade com o meio físico. É preciso buscar uma tecnologia orientada ao consumo, à aplicação”, argumentou.
O palestrante ressaltou, ainda, que 49% das pessoas assistem vídeo online para recuperar conteúdos que não assistiram pela TV. “O vídeo é o que consome a banda”, disse. Outro desafio para integrar o mundo de TI à engenharia de televisão é dotar as tecnologias IP de estruturas com confiabilidade e pontualidade, algo que é fundamental para a entrega de conteúdos na radiodifusão, segundo Vitor.
Ele foi questionado, ainda, a respeito de como estão os desenvolvimentos em relação à privacidade nas tecnologias IP e afirmou que a indústria ainda não se voltou a essa questão, pois está desenvolvendo os protocolos primeiro. “Estamos totalmente expostos na rede. A preocupação ainda é fazê-la funcionar, fazer o vídeo chegar. Ainda estamos muito expostos com as redes IP.” Emerson Weirich afirmou que enxerga, no mundo IP, um oceano à pirataria. Oliveira lembrou que Holywood, por exemplo, não armazena séries e lançamentos na nuvem.