IBC 2017: SET e delegação brasileira participam de sessão que debate os principais temas do mercado audiovisual

Broadcasters brasileiros convidados pela SET participam na edição que comemora os 5O anos do IBC da “IBC Wrap Up Session: key trends and take-aways on business transformation”

John Ive, consultor e analista estratégico da IAB e Ive Tech Media, moderou a conferência e afirmou que o “4K/UHD é importante, mas neste momento a discussão passa pela transição do TI e IP como um bom caminho para os broadcasters, mas “ainda falta desenvolvimento, cultura e inteligência para realizar esse salto e gerar conteúdos”.

Ive, conhecido pelos brasileiros por participar em palestras em diversos congressos em Amsterdã e no SET e TRINTA, em Las Vegas, disse que “o broadcast tradicional gera receita, mas estamos em um caminho que  pode retardar o seu desaparecimento, mas não podemos esquecer que hoje temos mais vídeos vistos on-line do que na transmissão tradicional”.

Participaram da sessão: Ed Border, diretor de Pesquisas da Ampere Analysis; Kate Bulkley, comentarista e Jornalista da KG Bulkley; Kip Schauer, diretor Global de Mídia e Entretenimento da Google Cloud; Niko Waesche, diretor de Engajamento de Audiência e Clientes da GfK; e Simon Fell, diretor de Tecnologia e Inovação da EBU.

Kate Bulkley disse que o importante neste mundo em transição é “o vídeo independentemente do local onde seja assistido. O futuro é o vídeo”, o que foi reforçado por Simon Fell.  Para ele, “o conteúdo é fundamental, por isso os mídias sociais têm apostado tanto nele, tanto que agora temos estandes deles nos shows. Todas as janelas são oportunidades de exposição para os broadcasters. Já se prospecta que em 2020 a maior parte do conteúdo esteja on-line”.

Kip Schuaer, da Google, disse que as plataformas Cloud dos grandes servidores “chegaram para ser uma oportunidade para os broadcasters porque possuem aplicações em learnings machines que podem ajudar os broadcasters a melhorar os seus procedimentos e a monetizar os seus conteúdos”.

“Hoje trabalhamos no design de novas funcionalidades de análises, estamos treinando funções e conversando com os broadcasters para trabalhar vídeo, e os seus melhores momentos (Hightlights), e trabalhar esses conteúdos pensando agora na mídia social para dar maior suporte à publicidade. Pensamos que o esporte é um excelente lugar para isso. Mas hoje o consumidor é que decide, o que opta se paga ou não”, afirmou Schuaer.

Para o executivo, o consumidor é fundamental, as novas gerações querem ver em conversão diferentes suportes, seja em live-stream ou não, seja pago ou não, a “tecnologia serve para criar novos conteúdos e novas formas de olhar o mundo”.

Niko Waesche disse que a publicidade é uma opção, mas “a Data na audiência está trabalhando em targets específicos e no futuro teremos de produzir conteúdos diferentes para diferentes públicos e trabalhar com inteligência os conteúdos para que possam ser utilizados da forma certa. Hoje avançamos muito, mas falta desenvolver melhor a inteligência artificial para conseguir melhores resultados”. O que foi reforçado por Schuaer, que disse que a “nuvem está em desenvolvimento, e as técnicas de inteligência estão caminhando ainda”.

 

Por Fernando Moura, em Amsterdã

  • Fernando Moura é professor do Curso de Jornalismo da Universidade Anhembi Morumbi.