Futuro da cobertura da TV Digital terrestre. Como atingir todo o país?

SET EXPO 2018 – O olhar dos especialistas da SET

Pequenas cidades terão ou pretendem ter o seus sinais analógicos mantidos até 2023 porque não existe expectativa financeiras para que isso aconteça antes

por Edson Benedito

Nesta palestra “Futuro da cobertura da TV Digital terrestre – Como atingir todo o país?”, moderada por Valderez Donzelli vimos que a maioria das pequenas cidades do Brasil terão ou pretendem ter o seus sinais analógicos desligados até 2023. Não existe expectativa financeiras para que isso aconteça antes. Nesse marco, o professor Gunnar Bedicks, CTO do EAD comentou: “a experiencia do remanejamento e desligamento dos canais nos faz ver isso”.
O primeiro desligamento aconteceu em 2016 na cidade de Rio Verde em Goiás, foi comentado também a respeito das cidades que se transformaram em transmissoras de apenas sinal digital e aquelas que além do sinal digital continuaram com o sinal analógico no ar, esta é uma série histórica que mostra o decorrer dos acontecimentos e dessa transformação com relação aos canais das cidades e também das populações. Então nesta apresentação os trabalhos de transformação foram divididos em semestres, iniciando pelo 1º semestre de 2016 e indo até o final do 2º semestre de 2018. Vemos então que segundo levantamentos técnicos, tínhamos até o final do 1º semestre de 2018 em torno de 99 milhões de habitantes já com cobertura digital (644 cidades com sinal analógico desligado)enquanto continuávamos com 106 milhões ainda com sinal analógico (4296 cidades a serem desligadas) e conforme demonstração a seguir até o final do 2º semestre previa-se uma cobertura de 128 milhões de pessoas com sinal digital e 77 milhões com sinal analógico. Conforme foto a seguir:

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Ainda segundo informação do professor Gunnar Bedicks, e no final dos trabalhos de desligamento da EAD no final de 2018, teremos 1378 cidades desligadas e 4192 cidades não terão o sinal analógico desligado conforme previa o edital de desligamento. Estas cidades que não terão o sinal analógico desligado no final de 2018 entraram num outro cronograma para o final de 2023. Então até o final de 2018, teremos 25% das cidades cobertas apenas com sinal digital, enquanto 75% ainda serão cobertas com os dois sinais ou ainda só com o analógico. Comentou-se, então, a taxa de perpetuação, pois a princípio o edital previa um desligamento total do analógico para o final de 2023. Não existe pela EAD nada previsto para o 1º semestre de 2019, ficando então como responsabilidade dos radiodifusores prover o desligamento do sinal analógico nestas outras cidades ficando apenas com o sinal digital.

Desafios até o final de 2023
O primeiro desafio é que 4192 cidades não terão o seu sinal analógico em 2018, e não se tem a certeza de quando irão fazer este desligamento. Estes municípios estão espalhados por 24 Estados e apenas São Paulo e o Distrito Federal terão todos os seus municípios sem o sinal analógico.
O segundo desafio é que nestes municípios somam-se 10380 canais analógicos canais estes que estão listados no plano básico de TV e estes canais analógicos precisam ser desligados para dar espaço ao remanejamento dos canais digitais.
Resumindo, sem transmissão não há recepção, o desafio final é que não é só desligar o sinal analógico, é necessário se transmitir o sinal digital, pois caso contrário, a população ficará sem ambos os sinal.

Edson Geraldo Benedito Edson Geraldo Benedito
Edson Geraldo Benedito é super-visor Técnico da engenharia da TV Cultura São Paulo. Contato: [email protected]