Empoderamento do consumidor marca indústria audiovisual

Editorial

Amsterdã é uma delícia de destino. E as temperaturas amenas de setembro contribuem, ainda mais, para atrair o afluxo de dezenas de milhares de profissionais ao IBC Show, maior evento europeu de tecnologia de mídias eletrônicas. O IBC vem conseguindo diversificar progressivamente seu público, levando à conferência CEOs de grupos mundiais de mídia, bem como fundadores de negócios inovadores para debater os rumos da indústria.
A transformação digital nas ofertas e no consumo de mídias eletrônicas vem sendo discutida ao longo de várias edições do evento, mas a sensação foi que, neste ano de celebração de 50 anos do IBC, tais mudanças ganharam um momentum especial.
Uma primeira grande tendência, ao redor da qual tudo se movimenta, é o “ empoderamento” do consumidor. Num mundo de miríades de ofertas de vídeo, qualidade de imagem, e de som, antigos diferenciais, foram rebaixadas a pré-requisitos. O que vale também para streaming sem interrupções. As opiniões sobre Realidade Virtual (VR) são variadas, muitos indicando que VR parece provocar isolamento em demasia e estar mais destinado a aplicações específicas como games, e mostrando mais confiança na utilidade da Realidade Aumentada (AR). Já a coleta e a análise de dados e o uso da inteligência artificial para customizar ofertas e capturar a atenção, tão disputada, das pessoas é unanimidade absoluta. A interface de voz foi eleita como a interface universal do futuro. Reconhecido o direito de cada um escolher quando e onde desfrutar seu conteúdo preferido, fica patente que ofertas lineares precisam ser complementadas pelas não lineares, em múltiplas plataformas.
Do ponto de vista das operações, aparece outra grande tendência, a “desmaterialização”, com a transferência para a nuvem de processos de áudio e vídeo — armazenamento, processamento, distribuição — facilitando a distribuição multiplataforma e propiciando uma nítida transição de modelos de investimento para modelos de serviço. Com a finalização dos padrões de interoperabilidade 2110 pelo SMPTE, espera-se um movimento generalizado de conversão de infra-estruturas de SDI para IP, habilitando muitas operações ao redor do mundo a se “ desmaterializarem”.
Nesta edição da Revista da SET, você encontrará reportagem especial sobre o SET EXPO, a primeira parte da cobertura do IBC 2017, além de outros artigos imperdíveis.

Boa leitura!

 

Liliana Nakonechnyj
Presidente da SET