WatchTV, nova plataforma de VoD no Brasil

Startup investiu US$ 2,5 milhões e utiliza Akamai e Kaltura como parceiros tecnológicos pretendendo ser um agregador de conteúdos

O mercado brasileiro recebeu depois de quase um ano de provas a WatchTV, plataforma de vídeo sob demanda (VOD), que funciona como agregador de conteúdo e proporciona aos provedores de internet (ISPs) soluções em SVOD (Subscribed Video on Demand) e TVOD (Transational Video on Demand). A solução oferece catálogos de vídeos dos maiores e melhores estúdios de Hollywood e trabalha com tecnologia de ponta (Kaltura e Akamai) e análise de dados (Big Data e Business Analytics) para prover conteúdo relevante aos assinantes.

A WatchTV, afirma a empresa em comunicado, fornece aos ISPs conteúdos em séries e filmes por catálogo (SVOD) e lançamentos de filmes em locação de 48h (TVOD) para que os provedores de internet ofereçam o serviço aos seus clientes. Além disso, a WatchTV é também um marketplace e agrega conteúdo de outros aplicativos (inicia com Noggin e ESPN Watch). A iniciativa é de dois empreendedores brasileiros, Aryldo Zocante Cardoso, um conferencista da área tributária, e de Maurício de Almeida, ex-sócio do ISP Nova Telecom. A startup nasceu para viabilizar o ‘triple play’ (dados + voz + multimídia) aos ISPs.

Almeida conta que quando era sócio do provedor de dados sempre quis oferecer aos assinantes VoD, mas era um negócio inviável financeiramente. “Foi com este objetivo que nasceu a WatchTV. No mês de julho, recebemos um aporte significativo da Olive Tree Participações, um fundo de investimentos em Telecom, que usamos para compra de conteúdo. No total, foram investidos até o momento US$ 2,5 milhões para criar uma nova plataforma com a melhor tecnologia possível e conteúdo relevante de VoD. Ainda estamos no início com relação à disponibilidade de conteúdo, mas nosso objetivo é ter todos os principais estúdios de conteúdo premium em nossa plataforma”, afirmou Maurício Almeida.

Hoje, com cerca de 40 mil assinantes e 12 ISPs como clientes, a expectativa da WatchTV é de encerrar seu primeiro ano de atuação com 100 mil assinantes ativos. “Nosso objetivo é trabalharmos com todos os ISPs do Brasil, um total de 9 mil (dados Anatel), que juntos possuem mais de 24 milhões de assinantes. Já disponibilizamos assinaturas por meio dos ISPs clientes em algumas praças, mas até o final do ano, queremos estar em todas as regiões indistintamente e em mais de um ISP por região”, conta o sócio-fundador da WatchTV. Os títulos oferecidos no lançamento são da Sony Pictures, Paramount, BBC, Noggin (Nick Jr.) e ESPN. São mais de 500 episódios de séries, 750 filmes, 200 títulos de estúdios independentes, 1.000 títulos infantis, 150 lançamentos para locação e atualização de 50 novos títulos por mês.

O comunicado refere que um importante diferencial da WatchTV são as parcerias com os maiores estúdios de produção de conteúdo do mundo, o que na visão dos executivos torna a empresa melhor a longo prazo. “Empresas como Netflix buscam trabalhar com produção própria, mas esse custo é altíssimo, o que a longo prazo tende a inviabilizar o negócio. Em nosso modelo, somos independentes e trabalharemos com todos os melhores estúdios. Acreditamos que, no futuro, os usuários terão tudo concentrado em um hub único, um agregador de conteúdo, como a nossa plataforma”, continua o empresário.

Benefícios para ISPs: infraestrutura a custo zero e menor tributação

A empresa afirma que toda a infraestrutura da WatchTV é fornecida a custo zero aos ISPs. A integração com o sistema de ERP do ISP facilita a venda e a gestão do cliente. E como a plataforma enquadra-se na legislação como Serviço de Valor Adicionado (SVA), não há incidência de ICMS, somente PIS/COFINS (e ISS para alguns municípios). “Isso significa que, na composição do COMBO de Internet + Vídeo, por exemplo, a carga tributária diminui sensivelmente”, afirma Almeida. Além disso, é possível agregar valor aos ISPs, pois eles poderão associar suas marcas com uma série de imagens de filmes e peças publicitárias que a WatchTV produz e distribui aos provedores, e permite trabalhar com a retenção de carteira ao oferecer um produto a mais aos clientes assinantes dos serviços.

O executivo conta ainda que houve a preocupação de proporcionar ao usuário final uma excelente experiência. Por isso, o conteúdo fica hospedado no Content Delivery Network (CDN) da Akamai, um servidor que vários provedores já possuem em sua infraestrutura, o que faz com que a performance dentro da rede do ISP seja excelente.

“Conversamos também com todos os estúdios sobre o que eles gostariam de ter em termos de tecnologia. E por isso, desde o CDN, onde estão armazenados os filmes, até o DRM, que cuida da segurança contra pirataria, usamos exatamente a mesma tecnologia e infraestrutura de software que a Viacom usa em suas soluções mundiais. Nosso fornecedor de tecnologia é a Kaltura, empresa israelense com sede em Nova Iorque e ações na Nasdaq”, afirmou Almeida.

Versão 2.0 em 2019

A empresa anunciou a versão 2.0 para o próximo ano que operaria como um marketplace agregador de diferentes aplicativos. O ESPN Watch e com a Viacom, que tem o aplicativo Noggin, com conteúdo da Nick Jr já disponibilizado dentro da plataforma.  “Estimamos que no mundo existam cerca de 1000 aplicativos de conteúdo e sabemos que todos os dias nasce um novo. Porém, com a qualidade premium que buscamos estamos falando de cerca de 10 aplicativos. Nossa meta é disponibilizá-los no primeiro trimestre de 2019”, declara Almeida.

A startup também está desenvolvendo o seu próprio aplicativo para conexão com Smart TVs. A tecnologia será disponibilizada a partir de 2019, para as marcas Sony, LG e Samsung inicialmente, afirma a empresa.