Tecnologia de países como Coreia do Sul e EUA mescla funcionalidades da radiodifusão com sinal digital e banda larga

Para Raymundo Barros, diretor de tecnologia da Rede Globo e mediador do painel A TV do Futuro: Novos Modelos de Negócios nesta terça (29), a mudança em curso nos últimos dez anos no Brasil, do sinal analógico para o digital, oferece ao espectador imagem e som de melhor qualidade, mas não leva a TV para além da experiência de consumo passiva.

Já um novo modelo de TV de ultradefinição, em fase de implementação em países como Japão, EUA e Coreia do Sul, consegue oferecer conteúdo e publicidade personalizados, interatividade e sincronia multiplataforma a partir da mescla de funcionalidades da transmissão digital e da banda larga.

Masayuki Takada, que lidera a divisão de pesquisa em sistemas avançados de transmissão da NHK, emissora pública japonesa, afirmou que a empresa busca oferecer “novas experiências. Ele relatou no painel na SET Expo diversas aplicações das novas tecnologias, como a transmissão de programas com imagens em 360º, caso da atração “Trump World”, adequado para equipamentos de realidade virtual.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul adotam o padrão ATSC 3.0 em sua nova geração de TV aberta. Para Mark S. Richer, presidente do comitê de sistemas de televisão avançada responsável por definir e disseminar o ATSC 3.0, disse que o “mesmo show pode ser transmitido com propagandas diferentes para cada espectador”. Segundo, as ferramentas de medição de audiência permitem que os hábitos de consumo de todos os espectadores, e não só amostras da população, sejam analisados.

A Coreia do Sul investiu até agora cerca de US$ 5,7 bilhões na mudança do padrão tecnológico no país para UHD, cujo share passará de 0,5% em 2013 para 50% em 2019. A publicidade direcionada será testada a partir do fim de 2019 e adotada comercialmente no ano seguinte. “Um jogo que dura mais do que o esperado pode ser transmitido via banda larga noutro canal sem atrapalhar a grade de programação da TV aberta”, disse Heung Mook Kim, diretor do grupo ETRI de pesquisa em tecnologia de transmissão de mídia.