Pesquisas indicam evolução da TV digital no país a partir de tecnologias já adotadas

Modelos em estudo ampliam potencial de equipamentos e infraestrutura para melhorar imagem, som e oferta de conteúdo.

Que caminhos as pesquisas apontam para a evolução da TV digital no Brasil? Um dos principais é a experiência híbrida de transmissão linear e conteúdo sob demanda, que permitirá ao radiodifusor preservar e ampliar sua audiência. A avaliação é de José Marcelo Amaral, diretor de engenharia e operações da Record TV e mediador do painel “Evolução do Sistema Brasileiro de TV Digital”, realizado nesta quarta (29), na SET Expo 2018.

Empresas e pesquisadores acadêmicos estudam soluções que aproveitem a infraestrutura e o padrão atuais, evitando que a espera pela definição de novos padrões de mercado atrase o desenvolvimento tecnológico.

Aguinaldo Boquimpan, consultor sênior da Mirakulo, apresentou a DTVPlay, criada no âmbito do Fórum do SBTVD, cujos padrões estão em fase de consulta pública na ABNT. “É uma plataforma única, de baixo custo, verdadeiramente integrada para a entrega e o consumo de seus serviços OTT/VoD e da programação linear na própria SmarTV”, afirmou.

A Dolby Laboratories também prepara soluções com base em aparelhos já utilizados no país. Carlos Watanabe, diretor da empresa para mercados emergentes, afirmou ser possível a transmissão em padrão HDR (imagens mais realistas) com áudio imersivo, já adotados em serviços OTT.

Uma pesquisa conduzida na Universidade Mackenzie também considerou a retrocompatibilidade do sistema. Segundo Cristiano Akamine, professor e pesquisador do Laboratório de TV digital da instituição, o modelo que incorpora o BICM do LDM/ATSC 3.0 (novo padrão americano) a uma enhanced layer de um ISDB-Tb “turbinado” apresentou resultados positivos. “Essa tecnologia teria como vantagens, por exemplo, o custo do hardware (o próprio computador), a implementação via software e um desempenho mais eficiente”, afirmou.