Inteligência artificial aposta em voz e classificação de dados para aprofundar consumo de mídia

Interação pode facilitar personalização e acesso a conteúdo por meio de conversa com usuário

Os assistentes baseados em inteligência artificial, em poucos anos, devem dominar a interação dos usuários com novas tecnologias. De um lado, buscas por voz representam 20% das pesquisas do Google nos Estados Unidos; de outro, a classificação avançada dos dados das produções permite entender roteiros e selecionar cenas de um personagem determinado.

A aplicação desses tipos de tecnologia na mídia foi tema do painel “Inteligência artificial e assistentes virtuais no cenário das mídias” nesta quinta (30) na SET Expo 2018. Segundo Walquiria Saad, gerente de desenvolvimento de parceiros estratégicos do Google Assistant LATAM, em três anos a linguagem natural (que usa “vai chover hoje?” em vez de “clima são paulo hoje”) deve se tornar o principal meio de interação entre marcas e consumidores. “Hoje, 70% dos requests no Google Assistant são em linguagem natural sem inputs robóticos. Quanto mais opção de interação, melhor. Depende do momento, da pessoa e do uso”.

Washington Cabral, da IBM, falou das possibilidades oriundas da catalogação automatizada do material com metadados usando assistentes com inteligência artificial, tanto textos quanto imagens. O sistema consegue hoje identificar desde sentimentos nas falas transcritas (e de pronto traduzidas) até o percurso que um atleta percorreu em uma tomada. “Isso pode abastecer um assistente e permitir que o consumidor procure uma série de medicina com um protagonista controverso e a encontre”, disse.

O segmento de fabricantes também investe na área de assistentes digitais. Igor Krauniski, gerente de produto TV da LG Electronics do Brasil, falou do investimento para transformar televisores em plataformas capazes de levar o conteúdo direcionado ao consumidor e auxiliá-lo em seu cotidiano. “Mas a inteligência artificial não pode substituir o desenvolvimento de aplicativos. Toda e qualquer pessoa pode desenvolver algo para ampliar a experiência do consumidor. É consumer centric”, afirmou.