Estudos para transmissão digital terrestre em 4K no Japão preveem substituição gradativa do 2K

Redes Kansai TV e TBS TV propõem modelos que aproveitam a infraestrutura e o espectro de banda atuais.

Metade dos televisores vendidos hoje no Japão já são 4K, de olho em transmissões via satélite ou banda larga, mas o país ainda não definiu que modelo adotará para a transmissão de TV digital terrestre (DTTB) em ultra definição. Duas propostas de substituição gradativa do 2K foram apresentadas por emissoras japonesas no painel TV digital terrestre. Para onde vamos?, nesta quarta (29), na SET Expo 2018.

Hiroaki Kimura, representante do governo japonês que conduziu as pesquisas de TV digital naquele país, apresentou um panorama da transição e disse ser “importante permitir a coexistência de transmissões em 2K, 4K e 8K”. A implementação escalonada dos dois últimos está em fase de testes e deve apresentada ao público na Olimpíada de Tóquio, em 2020.  Estudos para a próxima geração do DTTB envolvem, por exemplo, a liberação de slots com a realocação de canais ou a transmissão simultânea em 2K e 4K.

Iwao Namikawa, do departamento de tecnologia de radiodifusão da Kansai TV, afiliada da Fuji TV, conduz as pesquisas sobre a transmissão simultânea em camadas, sem interferência ou perda de qualidade de imagem ou som. Esse sistema em 4K é baseado na extensão do ISDB-T, dividindo a transmissão em ondas polarizadas horizontais (2K e 4K) e verticais (4K), demandando o desenvolvimento de novos encoders e receivers.

Outra proposta para a nova geração de DTTB é conduzida por outra rede de TV japonesa, a TBS TV. Kazuki Imamura, que atua na divisão de operações da empresa, e Tatsuhiro Nakada, da parceira Hitachi, explicaram que o sistema prevê a transmissão simultânea de 2K (camada superior) e 4K (camada inferior) por meio do LDM (sistema em camadas mais flexível com mais bit rate que FDM). A substituição pelo sistema de ultra definição seria gradativa (o mesmo ocorreria no futuro com a mudança para o 8K).

Fernando Bittencourt, diretor internacional da SET e moderador do painel sobre a TV digital terrestre japonesa, demonstrou preocupação com dois pontos: áreas sem cobertura e o cronograma de implementação. “Se vier a demorar cinco, seis anos para uma mudança tecnológica assim, as radiodifusoras vão perder mercado para serviços via satélite ou banda larga.”