Digitalizando o sinal analógico das parabólicas

Com o desligamento terrestre dos sinais analógicos para a televisão, que deve ocorrer totalmente no Brasil até 2023, a distribuição de conteúdo via satélite ganha importância neste momento para garantir a cobertura em todo o território nacional. Hoje 23 milhões de domicílios recebem sinal via parabólica no Brasil, captando o sinal de satélites. Para Leonardo Chaves, gerente de Projetos em Novas Tecnologias de Transmissão da TV Globo, moderador do painel Digitalizando o sinal analógico das parabólicas no congresso SET Expo, é interessante ver a evolução da segurança de conteúdo, reduzindo custos e monetizando esse conteúdo. “Mas o modelo de TV aberta é diferente da TV fechada. A métrica da TV aberta ainda é a audiência. Portanto, o modelo de precificação ainda precisa ser encontrado”.

Gustavo Marra, diretor de Vendas de Vídeo para a América Latina da Eutelsat, mostrou, durante os debates, a experiência na França, onde a empresa opera como Fransat. “Desenvolvemos  um modelo de negócio flexível, onde o usuário pode ter um contrato mensal, pré-pago, ou pode pagar por filme ou programa que assistir”, explica. O modelo, segundo Marra, também já funciona na Itália e Inglaterra, além de países africanos como Kênia, Nigéria, Tanzânia e Uganda.

Jurandir Pitsch, vice-presidente de Vendas da SES, lembrou que a empresa criou novo modelo de negócios na Alemanha onde a TV aberta não é popularizada. “Hoje cobramos  70 euros por ano e temos três milhões de assinantes. Se o usuário não pagar é cortado, mas continua assistindo TV aberta via equipamento que ele adquire e pode continuar usando normalmente”. Diante dessas oportunidades, países da África, segundo Pitsch, estão pulando a fase das torres para TV digital terrestre com captação via satélite dos canais. “A Índia também estuda ir direto à captação por satélite. Mas a maioria ainda opta pelo sistema misto para a cobertura atingir todo seu território”, concluiu.