Ambiente digital é fértil para experimentação, com consolidação das OTTs

Como os usuários finais estão consumindo os produtos criados com tecnologias imersivas? As respostas são várias, como demonstraram os palestrantes do painel Semiosfera televisiva – novos arranjos, mercado e plataformas de conteúdo audiovisual.

No caso dos dispositivos de realidade virtual, a nova tendência aponta para dispositivos com hardware embutido, mas atual geração ainda tem pouca potência de bateria. Ao mesmo tempo, já existem diversas companhias que oferecem shows, transmissão de jogos e outros eventos com transmissão ao vivo em 360º. Quem deu o panorama foi Rodrigo Arnaut, diretor de Tecnologia, Inovação e Criatividade do Esconderijo Criativo e Mundo360. “Existem muitas empresas, e muito dinheiro sendo investido, mas falta uma boa resposta sobre como a população vai consumir isso, é o maior desafio”, analisa Arnaut. De acordo com ele, é baixo ainda o número de pessoas que possuem aparelhos de realidade virtual dentro de casa.

Mas o debate trouxe focos diversos. Gustavo Bevilacqua Dutra, diretor de Vendas para Soluções de Vídeo OTT da MX1 para América Latina explicou que a plataforma MX1 360 da companhia possui soluções lineares e não lineares para transmissão pela nuvem. “Conseguimos baixar conteúdo de mais de 99% dos satélites disponíveis no mundo”. A empresa, subsidiária da SES, é fornecedora de companhias como Google, BBC, Paramount e Amazon. Para se ter ideia do tamanho das operações, transporta mais de 8.400 horas de vídeo em streaming por dia, e alimenta 3.200 canais de TV.

Em um momento no qual diversas plataformas surgem para disputar a atenção do usuário final, não há dúvidas de que o vídeo por streaming é uma base forte para que os experimentos sejam feitos.

A ideia foi reforçada por Claudio Friedrich, vice-presidente da recém-fundada Associação Brasileira de OTT (Abott’s!): no Brasil, já são mais de 306 milhões de dispositivos conectados, de acordo com a FGV. O Brasil já é o quinto maior país em número de smartphones, e cada vez mais, consumidores procurarão vídeos para assistir nessas telas. “Os anunciantes também estão procurando cada vez mais as OTTs, pois com esse tipo de plataforma eles sabem exatamente com qual público estão falando”.