Acervo de audiovisual é muito mais que legado das TVs

A memória audiovisual das TVs é algo estratégico para geração de novos conteúdos e monetização, não apenas um acervo para consultas. Este foi o consenso a que chegaram os participantes do painel “MAM – Os Desafios da Gestão de Acervos frente à Imaterialidade da Imagem” durante o congresso SET Expo. As discussões foram abertas por Erick Soares, expert de Tecnologia da Sony, que enfatizou as questões essenciais para digitalizar mídias antigas, como fitas magnéticas, que requerem temperatura adequada e processos químicos para limpeza e preservação antes de serem digitalizadas.

 

O que, no caso do estúdio, requer um conceito de linha de produção devido à imensa quantidade de dados, além de governança de metadados, arquitetura de sistemas, conectividade e capacidade de evoluir com novas tecnologias e demandas para evitar que se tornem obsoletos no futuro. A importância estratégica dos metadados também foi abordada pelos demais palestrantes, como François Modarresse, consultor de Negócios Internacionais da Eidr, companhia com mais de 20 milhões de títulos identificados que tem como proposta usar as informações digitais disponíveis para criar um identificador único.

 

“Este passo é essencial para encontrar facilmente um arquivo entre milhares de fontes, enriquecê-lo e, finalmente, transmiti-lo, gerando renda novamente com o material”, afirmou. O corte do trabalho manual neste ambiente pode diminuir os custos em canais de TV que pertencem a estúdios em mais de US$ 30 milhões por ano, segundo projeções da empresa. Pelo SBT, participaram Juliana Ferrari, Media Manager, e Giuliano Charadia, Head Digital da emissora.

 

Eles abordaram o case de digitalização do acervo, que usa um identificador único para ser localizado e cujos metadados estão sendo completados com informações adicionais, como exclusividade, direito autoral e restrição de uso. E também o lançamento do TBT SBT na última quinta-feira, que aproveita a memória afetiva e emocional dos programas junto ao público brasileiro para relançar conteúdo no YouTube toda quinta-feira – em apenas quatro dias já teve mais de 40 mil visualizações, gerando monetização automática na plataforma.