O Brasil está entre as 154 operadoras de 66 países que fazem ensaios em campo do sistema 5G. E o serviço deverá estar disponível para os consumidores em 2020. Uma tecnologia que irá alterar todo o ecossistema de conectividade que conhecemos, segundo J.R. Cristóvam, diretor Técnico da Unisat, que mediou o painel Transformação futura das redes de Telecomunicações: o caminho para o 5G e além, durante o SET Expo.

A chegada do 5G vem sendo motivo de debates nos últimos anos, com a percepção de que representará uma grande transformação digital. E para Athul Prasad, head de negócios 5G da Nokia nos Estados Unidos, todas as possibilidades e muitas outras serão possíveis. “Teremos comunicação extremamente rápida entre máquinas. Menos de um milisegundo. Com a conversão do 5G teremos conexão por meio de diferentes tecnologias. O sistema operacional vai ser programável e estará em parte na nuvem”, disse durante palestra. “Dispositivos e sensores que ainda não existem também poderão ser conectadas. Haverá uma infinidade de possibilidades que hoje não existem”, garante Prasad.

Na América Latina os testes em operadoras já ocorrem no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México. E os planos de aplicação já existem em 67 operadoras de Telecom em 39 países. A ideia é disponibilizar o 5G de 2018 a 2022. No Brasil, a expectativa é que o usuário tenha o serviço à disposição já em 2020. Desta forma, em um futuro nem tão distante, poderemos ter, segundo Prasad, carros automatizados via wiriless (veículos autônomos) que conversam entre si para que seus ocupantes não precisem se preocupar com o trânsito. O conceito de cidade inteligente, com serviços interligados capazes de acionar uns aos outros de forma automática também será realidade.

A tecnologia 5G, para Prasad, também acelerará a indústria 4.0 em todo mundo ao facilitar a interconexão das máquinas e equipamentos da empresa, possibilitando redução de custos ao permitir o controle via wiriless de forma remota. “Há estudos que apontam que as fábricas do futuro terão redução de custo de 1,4 trilhões de euros”, lembra. Alex Pires de Azevedo, assessor na gerência de espectro, órbita e radiodifusão da Anatel, lembra que a agência reguladora já se prepara para testes de convivência do 5G e dos equipamentos de recepção de TVRO (TV Receive Only), mas antes aguarda a aprovação da destinação da faixa 3,5 GHz para o novo sistema. “Atualmente no país temos o 2G em 100% dos municípios, 3G em 95% e 4G em 74%. Com o avanço nos testes do 5G, o Brasil fica em posição de destaque no resto do mundo”, disse Azevedo.

Já Carlos Alberto S. Camardella, consultor de Engenharia de Telecom, ligado à diretoria de Evolução Tecnológica de Redes da Claro Brasil lembrou que diversos novos serviços poderão ser oferecidos pelo 5G. “Teremos veículos autônomos, banda larga mais eficiente e rápida e capacidade de conectar diversos dispositivos a partir da  internet das coisas.