Empresas que não se adequarem à inovação exponencial serão desnecessárias dentro do ecossistema

Estamos acostumados com o linear e não compreendemos o exponencial, segundo Nei Grando, consultor sobre transformação digital, inovação e negócios, que foi um dos palestrantes no painel “Inovação Exponencial, Economia Criativa e Mediatechs”. Mediado pelo membro do Conselho Deliberativo da SET, José Carlos Aronchi, e com  participação de Rodrigo Dias Arnaut, diretor de Tecnologia, Inovação e Criatividade no Esconderijo Criativo e no Mundo 360; e Lucas Foster, Fundador e CEO do LabCriativo.

Organizações exponenciais, para Grando, são aquelas que se livraram da barreira de uma força de trabalho excessiva e, por isso, têm uma velocidade de operação e de crescimento muito mais rápida. “Organizações tradicionais operam de maneira linear, com uma quantidade limite de recursos, enquanto as organizações exponenciais trabalham com um modelo de negócio escalável. Ou seja, algo que se pode reproduzir repetidamente em grande quantidade e com alto ganho de produtividade”.

Por outro lado, organizações exponenciais acabam tendo processos operacionais mais flexíveis. Além disso, conseguem crescer sem ter um investimento gigantesco, já que geralmente se apoiam em ativos já existentes para entregar valor. Exemplo do que é uma organização exponencial usando ativos já existentes: o Waze, que utiliza os smartphones dos seus usuários para entregar informações de trânsito.

Já economia criativa é o conjunto de negócios baseados no capital intelectual e cultural e na criatividade que gera valor econômico. A indústria criativa estimula a geração de renda, cria empregos e produz receitas de exportação, enquanto promove a diversidade cultural e o desenvolvimento humano. O setor de indústrias criativas, em especial as tecnologias para o audiovisual, está no centro da inovação exponencial, trazendo para o mundo dos negócios do setor de broadcast, de entretenimento e conteúdo, as diversas e infinitas realidades estendidas. A capacidade de combinar e recombinar tecnologias e pessoas e aproveitar as inovações existentes são o núcleo da inovação exponencial, que hoje norteiam as startups de mídia, as MediaTechs.

A tônica do século XXI passa, necessariamente, pela inovação e economia criativa, conceitos que estão na pauta dos maiores centros de desenvolvimento tecnológico do mundo. Porém, até que ponto o pensamento disruptivo pode ir? A resposta pode estar na inovação exponencial, de acordo com os debatedores. Esse conceito está na essência das startups de mídia, conhecidas como MediaTechs. “Empresas e segmentos que não entenderem e aplicarem esses conceitos, com forte envolvimento do seu público-alvo, não atingem o modelo de negócios rentável e não são reconhecidos como necessários dentro do ecossistema”, segundo Arnaut.