Os desafios do áudio para dramaturgia, da captação à atenção da audiência

Durante o último dia de programação do Congresso de Tecnologia do SET EXPO alguns desafios do áudio para dramaturgia foram elencados por Geraldo Ribeiro,técnico de Som Direto (G3R), durante o painel Panorama do Áudio em Dramaturgia. “Já na leitura do roteiro, além dos problemas financeiros, também nos esbarramos com alguns fatores como as necessidades estéticas que a cena exige. Por exemplo, a voz de um ator soar como ‘uma cobra’. Da mesma maneira que você não deve gravar um sax barítono e um tenor com o mesmo microfone, você deve escolher um microfone ideal para diminuir os graves da voz”. Outro desafio para o profissional de som é se adaptar às locações. “Devemos procurar na ‘caixa de bruxaria’ aquilo que pode nos ajudar. Supomos que uma atriz esteja vestindo tecidos sintéticos e sendo gravada por cinco câmeras, o que torna o microfone visível em diversos ângulos. Só vai haver espaço para um microfone de lapela, mas esse tipo de tecido causa muito ruído, e você provavelmente não vai conseguir trocar o figurino por peças de algodão. A saída é usar todo tipo de truque como adesivos, esparadrapos para bebê, gel anticicatriz. Tudo é útil”.

Moderando o bate-papo, o supervisor de áudio da TV Globo, Rodrigo Meirelles, chamou atenção para a importância do som em um cenário no qual o conteúdo audiovisual disputa atenção com diversas telas. “Hoje produzimos para um espectador que talvez esteja prestando atenção em outra coisa, que está lendo ou assistindo em outra tela. Quem chama atenção de volta para o conteúdo é o som. Além disso, não sabemos qual será a plataforma final, se o seu produto estará no YouTube, na TV, na tela de cinema, no smartphone. Anteriormente, quem produzia para cinema, por exemplo, sabia exatamente onde aquele filme seria assistido”.

Participou do debate também Ricardo Cutz, sócio-fundador da 106db, estúdio de mixagem que possui no currículo áudio de séries como Magnífica 70Vai que cola, e filmes como Aquarius.