SET Norte 2018: Automação e revolução 4.0 na indústria audiovisual

Mudanças na produção e distribuição de conteúdos debatidas em Manaus levando em conta altos níveis de resiliência que mantenham as emissoras conectadas

 

Palestra da tarde do segundo dia de SET Norte 2018 analisou a revolução 4.0 e como essas tecnologias estão mudando o modelo de negocio, não só da indústria audiovisual, mas sim da cadeia produtiva e como as pessoas interagem.

Túlio Duarte Silva, diretor comercial região Norte do ICTS, foi o primeiro a falar e disse que a indústria 4.0 já chegou ao jornalismo. Ele explicou o que o CTS é um “Centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação em automação e acessibilidade” e fez uma revisão histórica analisando a primeira (1784) e segunda revolução industrial (1870).

Ele disse que a terceira revolução começou em 1969, destacando que há empresas que ainda não alcançaram este patamar.  Hoje avançamos para sistemas cyber-físicos com aplicação na Internet das Coisas (IoT). A revolução 4.0  faz com que existam ambientes de sistemas interconectados, nos quais sensores inteligentes podem, automaticamente, configurar uma máquina e auto-ajustar os processos de produção de forma descentralizada, conforme dados coletados. “Hoje estamos falando de soluções autônomas com capacidade de operação em tempo real”.

Silva avançou para realidade aumentada e interações na nuvem que “interconectadas constroem uma nova relação com o usuário e mudam todo o ecossistema de negócio. Assim, a a indústria 4.0 pode ser aplicada ao conteúdo utilizando conceitos de automação e processos interligados em rede. Ainda, a mídia digital precisa utilizar modelos híbridos para ampliar as experiências dos usuários”.

Acrescentou que os desafios dos editores passam por “preparar-se para as mudanças e abordar os temas pesados com uma abordagem orientada ao cliente” e, assim, “mudar a forma de como a empresa interage com os clientes” e  entrega conteúdo individualizado.

Automação

Marcelo Blum, gerente de sistemas da Videodata, analisou a evolução da automação e playout e  mostrou qual é a importância de um sistema de automação nas Emissoras de Televisão. Ele elancou os pontos importantes a serem considerados para se configurar um sistema de Automação e Playout, e avançou como novas tecnologias e tendências dos Sistemas de Automação.

Para isso Blum ministrou uma interessante palestra mostrando  como se integram as caixas para colocar um controle mestre no ar. Nesse ponto analisou a obsolescência tecnológica e como “deixar de ter problemas com as caixas que se tornam em grandes empecilhos”. O executivo disse que um grande desafio dos broadcasters é pensar em soluções proprietárias, hardware dedicado, falhas de interoperabilidades, equipamentos discretos com problemas de segurança e muita complexidade operacional, com uma curva de aprendizado complexo. Ou seja, para manter a TV relevante precisamos que ela seja moderna”.

Para Blum, é necessário adotar padrões do mercado “para não ser refém de equipamentos dedicados que possam ter evolução contínua. Sem deixá-los para traz como uma simples evolução natural, ou seja,  sem jogar nada no lixo”. Assim, ele recomendou a utilização de sistemas integrados com redundância e com integração as APIs para ter a possibilidade de integração para a transmissão linear e não linear”.

Outros dos pontos analisados por Blum foram mostrar tendências para os broadcasters com a migração para vídeo sobre IP, playout na cloud, virtualização, controle de qualidade e transcodificação automática utilizando soluções de Software Defined Channel (SDC) e, assim, com um sistema totalmente virtual e baseado em software. Tudo pensando em automação distribuída e não centralizada. Finalmente, disse, existe a necessidade “de ter um sistema de solução de desastres que permitam que uma parte do sistema tenha resiliência para que o mesmo continue em operação”.

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Captação de som e imagem pela Rede Amazônica.

Por Tainara Rebelo em  Manaus (AM), e Fernando Moura em São Paulo (SP)