SET Norte 2017: mercado satelital se adapta à convergência

Empresas do setor deixam de ser apenas provedoras de capacidade em MHz e passam a também ser fornecedoras de serviços, indicam representantes da indústria em Manaus

Em painel na tarde desta quarta-feira (29/11) no SET Norte 2017, players da indústria satelital debateram a situação deste mercado no país, em um contexto de transformações na distribuição e no consumo de mídia e de digitalização do sinal de televisão. A sessão foi moderada pelo consultor e especialista Henrique Camargo e contou com as participações de Sidney Ferraço (SES), Marcelo Amoedo (Intelsat) e Ricardo Calderón (Eutelsat).

Na opinião de Camargo, as empresas de satélites deixaram de ser provedores de capacidade satelital e passaram a ser, cada dia mais, fornecedoras de serviços.

Sidney Ferraço, gerente de vendas regional da SES no Rio de Janeiro, acredita que a mudança esteja ligada às transformações na maneira como a audiência aprecia o conteúdo no ambiente de convergência. “Cada vez mais os conteúdos são assistidos sob demanda e as audiências que vivem em regiões remotas do Brasil – e não estão bem conectadas ao backbone da Internet – são deixadas para trás. Mas há esperanças. Esse público ainda deseja assistir a seus programas favoritos no momento que convém. O Network Offloading é uma tecnologia inovadora que a SES desenvolveu para atuar nessa lacuna e oferecer conteúdo de rich media de forma omnipresente para operadores de rede regionais e locais. Este componente modular também pode ser integrado para oferecer uma experiência de VoD (Video on Demand) de última geração”, destacou Ferraço, apontando novas aplicações ao satélite.

Marcelo Amoedo, diretor de vendas da divisão de broadcast da Intelsat, acredita que a convergência tem permitido novas oportunidades de negócios, mas também tem trazido novos desafios ao mercado satelital. “A distribuição de TV via satélite é uma aplicação tradicionalíssima e continuará por muitos anos. No Brasil, o desafio de migrar primeiro do SD para o HD e, ao mesmo tempo, do linear para o On Demand, fez as empresas de satélite começarem a perder espaço na cadeia de serviços dedicados à capacidade. Percebemos que era importante descer na cadeia de valor e se dedicar também aos serviços.”

Assim como a SES, a Intelsat se dividiu em broadcast, mobilidade e broadband. “O Prism, por exemplo, já é um movimento em direção aos serviços de IP”, argumentou Amoedo.

“A SES busca viabilizar oportunidades. Observamos negócios que, muitas vezes, por falta de conhecimento técnico ou de um ímpeto mais agressivo do grupo que está desenvolvendo não são implementados e buscamos desenvolvê-los. O objetivo não é virar concorrente de nossos clientes, mas sim preencher gaps de mercado que não são atendidos por eles”, acrescentou Ferraço.

O diretor comercial da Eutelsat, Ricardo Calderón, defendeu a utilização do satélite no processo de switch-off no Brasil e afirmou que as vantagens das redes de distribuição via satélite passam pelo fato de que o satélite pode alimentar outra fonte geradora, repetidoras de TV Digital, reforçadores de sinal, usuários residenciais e headends de Pay TV. “O custo do satélite está cada vez mais acessível”, exclamou.

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SET Norte 2017

A SET realiza nestas quarta (29) e quinta-feira (30/11) o SET Norte 2017, em Manaus. O evento chega a sua décima sétima edição com o foco no switch-over do sinal analógico no Brasil e nas transformações da indústria.

O SET Norte é um seminário sobre as principais tendências tecnológicas na área do audiovisual para a produção e distribuição de conteúdo em ambientes multimídia. É parte integrante de uma série de encontros organizados pela SET há 20 anos, em todas as regiões do Brasil (SET Sul, SET Norte, SET Centro-Oeste, SET Nordeste e SET Sudeste).

Local: Studio 5 Centro de Convenções (Av. Gen. Rodrigo Otávio, 3555 – Distrito Industrial, Manaus)

Horário: 8h30 às 18h

Data: dias 29 e 30 de novembro

Programação e inscrições, clique aqui.

Para acompanhar ao vivo, visite este link.

Fique atento: Confira os horários de início da transmissão ao vivo devido ao fuso horário

***Por Gabriel Cortez, em Manaus, e Fernando Moura, em São Paulo