HOT SESSION: O futuro da TV aberta no Brasil

A competição com outros serviços de entrega de conteúdo e a constante redução do uso do espectro são pontos comuns entre os mercados broadcating. A sessão apresentou a experiência de outros países na evolução da TV aberta, no caso, a experiência dos Estados Unidos e do Japão

Masayuki Ito, diretor substituto - Divisão de Tecnologia de Transmissão do Ministério do Interior e de Comunicações do Japão

Masayuki Ito, diretor substituto – Divisão de Tecnologia de Transmissão do Ministério do Interior e de Comunicações do Japão

Skip Pizzi, diretor Sênior para Tecnologias de Novas Mídias - Associação Nacional de Emissoras, em Washington, DC, Estados Unidos

Skip Pizzi, diretor Sênior para Tecnologias de Novas Mídias – Associação Nacional de Emissoras, em Washington, DC, Estados Unidos

Na “HOT SESSION” moderada por Liliana Nakonechnyj, um dos principais temas discutidos foi qual o futuro da TV aberta. Skip Pizzi, representante da NAB, discorreu sobre como os Estados Unidos está tratando a evolução da TV broadcasting frente a estes desafios. A ação mais efetiva foi o desenvolvimento do padrão ATSC 3.0.
O novo padrão vem para substituir a versão 1.0 desenvolvida e implantada na década de 1990. A solução anterior focava a qualidade da imagem nos receptores de tela grande nas residências americanas. “O novo padrão está focado na mobilidade e isso é uma mudança significativa”, ressaltou Pizzi.
A realidade do mercado americano mostra como a TV broadcasting foi forçada a se atualizar. A TV paga vem perdendo assinantes que optam apenas pelo acesso a internet; 17% dos domicílios contam apenas com TV pelo ar, o que é considerado um fator positivo pois apenas no último ano houve um crescimento de 15% na audiência, e o número de pessoas que utilizam a internet com vídeos sob demanda (VoD) e por streaming também vem crescendo. Ou seja, não restava à TV americana outra opção a não ser evoluir.
No Japão, o cenário da radiodifusão em termos de penetração e audiência é muito parecido com o Brasil. Masayuki Ito, representante da emissora pública japonesa, NHK ressaltou o percurso evolutivo da TV japonesa, que tem, na TV aberta, o foco principal de suas ações. Hoje, no país, 60,2% da população consome TV aberta. Apesar de 95% das casas possuírem conexão à internet, a televisão pelo ar ainda reina absoluta na distribuição de conteúdo. Porém, sensíveis às mudanças que a convergência vem impondo, o Japão desenvolveu um sistema híbrido de televisão, o Hybridcast, uma plataforma híbrida de transmissão que utiliza tanto o broadcast quanto o broadband na disponibilização do conteúdo.

Além disso, a NHK vem realizando testes para o desenvolvimento do padrão 8K em sinal aberto. Para o Brasil, não há dúvidas de que será necessária uma evolução em nosso sistema que permita acompanhar as rápidas mudanças.
Ana Eliza (SET/Globo) ressaltou essas mudanças: consumo de conteúdo móvel de alta qualidade, mudança dos hábitos de consumo da audiência, conteúdo em Ultra HD e utilização eficiente do espectro. Para Eliza, o Brasil vive um momento de reflexão e de planejamento para o futuro da televisão terrestre em nosso país. “Eu acho que nos temos muito que aprender com os países que estão mais avançados e penso que este congresso é o início do trabalho efetivo para uma evolução da TV aberta. Da SET podem nascer propostas concretas para que a TV aberta continue a gratuita, relevante, atrativa e esta Hot Session é um convite para que a SET seja protagonista nesta história”.

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