80 anos da Radio Nacional

Sessão homenageia a evolução da Rádio Nacional e como esta evoluiu junto às pessoas e às suas relações com as novas tecnologias e hábitos

Sessão homenageia a evolução da Rádio Nacional e como esta evoluiu junto às pessoas e às suas relações com as novas tecnologias e hábitos

Salomão Ésper, Luiz Magliocca e Miton Parron após uma sessão de homenagem à rádio, que faz parte da história do Brasil

Salomão Ésper, Luiz Magliocca e Miton Parron após uma sessão de homenagem à rádio, que faz parte da história do Brasil

Assim como no ano passado, a SET homenageou os pioneiros da radiodifusão brasileira neste 28 Congresso SET. Desta vez, o motivo da celebração foram os 80 anos da Rádio Nacional, uma das mais importantes emissoras da história da comunicação no país.
André Barbosa foi o responsável por receber nomes como, Salomão Ésper, Miton Parron e Luiz Magliocca que fazem parte da história do veículo e da história do rádio no Brasil. A sessão começou com a fala de Parron que fez um percurso histórico da emissora, passando por programas históricos e publicidades que marcaram época. Todos os presentes se emocionaram com a apresentação que trouxe arquivos de fotos e vídeos e presenteou a plateia com os momentos que marcaram a vida daqueles que conviveram com a programação da Radio Nacional.
Parron narrou a história da fundação da emissora que surgiu na vertente de dois caminhos tortuosos. A primeira surgiu com o grupo “A Noite” de Roberto Irineu Marinho. A segunda vertente da historia é a radio Philips, fundada em março de 1930 pela empresa que fabricava lâmpadas e receptores.
A explanação de Parron foi uma aula de história, daqueles que apenas quem a viveu ou conversou diretamente com os protagonistas dessa história pode contar. A holandesa Philips, ao apoiar os legalistas na Revolução Constitucionalista de 1932, viu que era hora de se desfazer da rádio no momento em que seus produtos foram boicotados em São Paulo. Com a compra da rádio pelo Grupo A Noite, surgiu a Radio Nacional.

A Radio Nacional, encampada pelo Governo Federal em 1934, veio a se tornar modelo e padrão de radiodifusão para outras emissoras brasileiras e até mesmo estrangeiras. Foi a primeira emissora a formar uma redação própria para produção e divulgação de noticias.
O elenco artístico da Radio Nacional nunca foi igualado por nenhuma emissora de sua época ou depois dela. Nomes que marcaram a dramaturgia e a música brasileira.
A Nacional só perdeu seu encanto e glamour quando a televisão se torna popular e passa a ser o veículo de maior influência. Hoje, na opinião de Parron, o rádio está mal direcionado, mal orientado e por isso perdeu o seu glamour, mas não a sua importância e relevância. O equilíbrio na programação é que fez e faz o sucesso do rádio. “A rádio não perde qualidade quando mistura informação e entretenimento, mas perde muito quando segmenta”, mas o que definitivamente contribuiu para o declínio da emissora foi a Ditadura Militar a partir do golpe de 1964. A apresentação de Parron certamente foi um dos momentos memoráveis do congresso da SET 2016.
Em seguida, falou Salomão Ésper, um dos nomes mais representativos do radiojornalismo brasileiro. Ésper iniciou a carreira como locutor na Rádio Cruzeiro do Sul, em 1948. Depois de quatro anos, foi para a Rádio América, que pertencia ao Grupo Bandeirantes, onde ocu- pou o cargo de superintendente por vários anos. Suas histórias levaram a plateia aos risos e também à emoção, pois foram ao mesmo tempo engraçadas e nostálgicas, de um tempo que certamente não existe mais.

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