Realidade virtual, aumentada e 4K: presente e futuro do esporte na TV

Artigo

Realidade virtual

por Michael Kaplan

O mercado de broadcasting é muito importante para a nossa empresa. Áreas como edição, pós-produção, gráficos em tempo real e mesas digitais são ambientes onde temos nosso maior foco nesse segmento. Trabalhamos com sistemas integrados, atendemos fabricantes do setor de transmissão e também com os parceiros de software e de canal do Brasil e da América Latina.
No Brasil, 2014 ficou marcado como ano da Copa do Mundo no país, mas, além do grandioso torneio de futebol, o que se viu no setor de tecnologia para broadcasting mundial foi muito além das dezenas de bolas na rede ou gritos de emoção que ecoaram das arquibancadas. A vitória dos canais que detinham os direitos de transmissão desses jogos se deu ao apresentar formas incríveis de interagir com a realidade aumentada e virtual nos programas pré e pós-partidas.
Cada um, da sua forma, e de acordo com as características culturais de cada país, viu no maior campeonato de futebol do mundo mesas virtuais que simulavam os movimentos táticos de cada uma das equipes e cenários criados de forma digital que enalteciam a grandiosidade dos 12 estádios que sediaram as partidas. Já nos intervalos, era possível ver o gol de diferentes ângulos graças ao ambiente virtual que era recriado.
Tratam-se de tecnologias que, se não são nenhuma novidade para muita gente, certamente ganham cada vez mais notoriedade e evoluem a passos largos graças a sua acessibilidade cada vez mais próxima, o que as tornam presentes em mais e mais transmissões ao redor do globo.
Entretanto, nada disso gera tanta dúvida quanto ao uso de 4k. Afinal, essa é uma moda passageira? E o 8K, tomará rapidamente o espaço que o 4k ainda não conquistou? Essas perguntas me foram feitas pelo editor-chefe da Revista da SET, Fernando Moura e minha resposta vem tão de bate-pronto quanto um voleio bem dado pelo Neymar: não estou tão certo de que o 8K será adotado assim tão rapidamente, tanto pelas emissoras, quanto pelos espectadores.
E a resposta para isso vem dos Estados Unidos, onde o 4K acumula cada vez mais força e popularidade. Hoje, mais de 50% das vendas de televisores já são 4K. Segundo dados da consultoria IHS, o país registrou em 2014 um crescimento de 94% sobre 2013 nas vendas destes produtos. Até 2020, as vendas do setor devem atingir US$ 52 bilhões globalmente.
Eventos esportivos, como a própria Copa do Mundo, foram ótimos conteúdos para se trabalhar em 4K. E, se considerarmos que a adesão ainda é pequena, sobretudo na América do Sul, ainda temos um longo caminho a se percorrer.
Definitivamente, acho que haverá mais 4K no mercado futuro antes que todos nós possamos assistir ao 8k como a tecnologia padrão. De acordo com o site da AESP – Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo -, uma das maiores detentoras de direitos televisivos para jogos esportivos no Brasil, a TV Globo aposta que as vendas de televisores 4k em 2016 deverão ser próximas, em volume, às vendas de HDTVs em 2007.
Vale destacar, porém, que apesar do 4k ainda ser uma aposta para o futuro no Brasil, alguns testes com 8K já estão rolando atualmente em grandes grupos de TV internacionais como a japonesa NHK. E falando no Japão, o vice-ministro das Comunicações do país, Yasuo Sakamoto convidou o Brasil, em sua participação no SET EXPO 2015 realizado em São Paulo, para estender a parceria iniciada com a TV digital para os padrões do 4K e do 8K.
Pensando nisso, já estamos preparados com seus processadores gráficos para processar e transmitir con-
teúdos com imagens em Ultra HD. Por enquanto, vemos o 8K como uma tecnologia emergente e que estamos olhando de perto. Chegar nesse nível de qualidade visual pode exigir múltiplas GPU e desde já estamos trabalhando com parceiros para podermos trabalhar juntos.
E, unidos como um time bem organizado taticamente, prevemos resultados promissores, independente da quantidade de linhas de resolução da TV da sua sala. Ah, e pode apostar no bolão: a tecnologia da nossa empresa certamente estará presente na maioria das aplicações dessas emissoras.

Michael Kaplan é gerente sênior para área de Mídia e Entretenimento da NVIDIA. Com mais de vinte anos de experiência em vendas nos mercados de transmissão e pós-produção, é responsável pelo relacionamento com os clientes e adoção de tecnologia em estratégias traçadas pela empresa.
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