SET e TRINTA: 25 anos animando as manhãs de Las Vegas

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Jubileu de prata da parceria entre a SET e a NABShow é celebrado com mais um seminário sobre as tecnologias de broadcast, debates sobre o futuro da TV aberta e as principais tendências que marcam a evolução da indústria audiovisual

por Fernando Moura* em Las Vegas

Entre os dias 18 e 20 de abril de 2016, a SET realizou – em Las Vegas, Estados Unidos – o SET e TRINTA 2016, seminário sobre tecnologias nas áreas de engenharia de comunicações, broadcast e novas mídias. Esta foi a 25ª edição do encontro, que começou em 1991, como uma iniciativa de Adilson Pontes Malta, fundador e então presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão. O jubileu de prata do SET e TRINTA foi celebrado tanto pela diretoria da entidade, quanto pela organização do NABShow, o mais importante evento de equipamentos e de serviços para a indústria do audiovisual do mundo.

O presidente da SET, Olímpio Franco deu as boas-vindas aos broadcasters brasileiros e latino-americanos presentes na sala N116, afirmando que o evento é importante porque serve para ajudar aos participantes a “vislumbrar o futuro da indústria audiovisual ”que no fundo é o principal objetivo dos visitantes. Inteirar-se do que há de novo e quais as inovações”

O presidente da SET, Olímpio Franco deu as boas-vindas aos broadcasters brasileiros e latino-americanos presentes na sala N116, afirmando que o evento é importante porque serve para ajudar aos participantes a “vislumbrar o futuro da indústria audiovisual ”que no fundo é o principal objetivo dos visitantes. Inteirar-se do que há de novo e quais as inovações”

Na cerimônia de abertura do seminário, o presidente da SET, Olímpio José Franco, lembrou que o primeiro Encontro SET e TRINTA, em 1991, foi realizado com 16 participantes. “Adilson Malta – primeiro Presidente da SET – nos conduziu a dar um passo gigante e de sucesso, para uma Associação Brasileira com somente 3 anos de existência. A ampla participação efetiva dos brasileiros na NABShow resultou em inúmeras oportunidades, multiplicação de contatos, internacionalização, e muito mais. Festejo e agradeço a todos que contribuíram para a SET marcar a presença brasileira no mercado internacional”, exaltou Franco.
O primeiro dia do SET e TRINTA 2016 foi dedicado à palestras de reconhecidos profissionais do mercado brasileiro e do mercado internacional, que conversaram com os mais de 300 broadcasters presentes na Sala N116 do Pavilhão Norte do Las Vegas Convention Center.

SDI sobre IP: padrões, soluções,topologias e como fazer funcionar
Silvino Almeida, diretor da Tektronix, ministrou a primeira conferência do SET e TRINTA 2016 e afirmou que o aumento do range dinâmico de vídeo desponta como uma solução para satisfazer as necessidades dos consumidores e da indústria de televisão.

A 25ª edição do SET e TRINTA começou com as palestras de Jurandir Pitsch (SES), Sarah Foss (Imagine Communications), Silvino Almeida (Tektronix) que foram coordenadas por Frederico Rehme (SET/RPC TV)

A 25ª edição do SET e TRINTA começou com as palestras de Jurandir Pitsch (SES), Sarah Foss (Imagine Communications), Silvino Almeida (Tektronix) que foram coordenadas por Frederico Rehme (SET/RPC TV)

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O primeiro dia do SET e TRINTA 2016 teve a presença do Secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Roberto Pinto Martins, e do presidente do Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (GIRED), Rodrigo Zerbone. Na foto os dois funcionários governamentais e o presidente da SET, Olímpio Franco

A tecnologia de SDI sobre IP abre a possibilidade de novos conceitos de contribuição e de produção de vídeo sobre uma infraestrutura IP mais flexível e barata, entretanto, traz novos desafios de garantia de tráfego de um sinal síncrono e com etapas de produção de vídeo e áudio em altas taxas de transferência”, explicou.
Almeida expôs as ferramentas de análise e de controle do sinal de vídeo sem compressão utilizadas no mundo IP e elencou os desafios de sincronismo da infraestrutura de TI com os sistemas legados em SDI. Na opinião do palestrante, o IP fará a distribuição mais simples porque a sua estrutura é escalável. Além disso, o conferencista diferenciou as linguagens SDI e IP e mostrou como transportar vídeo 4K em uma estrutura IP.
“É possível transportar vídeo em um sistema que é assíncrono, ou seja, que precisa de um frame rate para poder ter sincronismo. As estruturas IP não foram feitas para vídeo”.
O executivo da Tektronix analisou, ainda, as diferenças de vídeo 4K e mostrou como, com este, comprimir vídeo de 12Gbs para pelo menos 10 Gbs, em que podem ser usados o MPG, além de como sincronizar o vídeo com genlook para gerar a referência PTP, “que faz tornar o sinal assíncrono em um sinal síncrono. Assim, o PTP permite que utilize, por exemplo o Boundary Clock, que serve para controlar todos os pacotes de vídeos”, explicou.
Ele apresentou, também, os principais produtos da Tektronix e ressaltou como a marca acompanha o desenvolvimento tecnológico que os radiodifusores precisam. “A televisão caminha para um sistema misto entre o SDI e o IP, um sistema que possa ser interligado e permita usar o legado que a emissora tem”.

Manuel de la Serna ( Teradek) apresentou um case da TV Azteca que utilizou para produzir e gerenciar uma transmissão de TV ao vivo usando o Teradek Core, equipamento da empresa

Manuel de la Serna (
Teradek) apresentou um case da TV Azteca que utilizou para produzir e gerenciar uma transmissão de TV ao vivo usando o Teradek Core, equipamento da empresa

Para poder avançar ao IP, “é necessário pensar na interoperabilidade dos devices da emissora para trabalhar com estruturas IPs, porque a transição deve ser gradual e transparente, além do que, devemos ter consciência de que precisamos trabalhar com o legado porque nós temos de acompanhar os nossos clientes”, ponderou, antes de finalizar a sua palestra afirmando que “na experiência da transição para o HD fomos devagar; agora, a transição deve ser lenta e cautelosa, pois é inevitável, mas deve ocorrer com calma e no momento que seja necessária”.
Quem também abordou o tema das “Recentes Inovações Tecnológicas na Transmissão e Distribuição de Vídeo sobre IP” no SET e TRINTA 2016 foi Claudio Frugis, diretor de Vendas da TVU Networks para a América do Sul. Em sua palestra, o executivo afirmou que as estações de televisão estão começando a sofrer uma mudança fundamental das operações tradicionais SDI para redes e infraestrutura baseadas em IP. “Esta mudança afeta muitos aspectos das operações de uma estação, incluindo transmissão de vídeo ao vivo em externa para um centro de operações de notícias e distribuição para outros destinos”.
No mundo de hoje, as tecnologias permitem transmissões via rede celular e, com isso, o desafio da entrega de uma transmissão ao vivo de alta qualidade, junto ao desempenho, é muito grande. Assim, os transmissores de uplink 3G / 4G / LTE, bem como também SNG, tornaram-se uma importante ferramenta de uma emissora, lembrou o executivo da TVU.
Ele considerou, ainda, que quando esses transmissores foram lançados, as emissoras tiveram que equilibrar a utilização da transmissão de sinal ao vivo, de qualquer lugar a qualquer hora, com rede celular, o que foi desafiador porque poderia afetar a qualidade da imagem. Com os avanços contínuos em redes LTE, sistemas de uplink móveis se beneficiaram, mas a largura de banda é apenas uma parte da história, uma vez que “dependemos das redes, mas, cada vez mais, as tecnologias permitem transmissões estáveis”, concluiu.
Antes de encerrar a sua explanação, o executivo apresentou o TVU Mlink, uma nova classe de UMJ compacta, de alta mobilidade, baixo custo, baixa manutenção e conectividade 3G/4G LTE ou IP terrestre, assumindo “que este tipo de solução, além de baixo custo de construção, tem um baixinho custo de operação”. Frugis anunciou, também, o lançamento do TVU RPS, uma unidade de produção remota com até 4 câmeras, mais 2 câmeras remotas, IFB, metadata/Control, baixo número de equipamentos e custo operacional.

Inovações em streaming
Outro palestrante do SET e TRINTA 2016 que indicou como pode ser feita uma transição gradual ao IP foi Manuel de la Serna, engenheiro de comunicações da Teradek, que apresentou as principais inovações da indústria de streaming e mostrou como produzir e gerenciar uma transmissão de TV ao vivo usando o Teradek Core, uma das novidades que a companhia californiana expôs em Las Vegas.De la Serna trouxe um exemplo de implantação do Teradek Core na TV Azteca, do México, e indicou como a solução combina codificadores, decodificadores, transmissores e soluções de agregação de banda com transmissão e recepção em diversos pontos distintos, com recursos de comutação de fontes e destinos na nuvem.
O sistema foi realizado por meio de uma combinação de equipamentos com “contribuição remota através de internet utilizando a plataforma Core que permitiu determinar os diferentes destinos e as diferentes formas de interação, seja pelo Facebook ou YouTube, desde Dallas, San Antônio, Cidade de México”, disse. Assim, a recepção se realiza mediante o switcher T-Rax da empresa, que recebe, simultaneamente, diferentes feeds de imagens e soma essas imagens às imagens de outras câmeras que chegam via wireless.
Outra inovação foi a inclusão de vídeo captado por celulares iOS e enviados, via Wi-Fi, para o switcher principal e utilizados como “mais um feed de vídeo, claro que assumindo as diferenças de qualidade, mas feitos em simultâneo com a transmissão”, detalhou Serna. O representante da Teradek apresentou, ainda, aos congressistas, o ColR, um sistema de correção de cor com uma tecnologia especialmente desenvolvida para 4K, o Sphere, uma plataforma para monitoramento de vídeo em Real Time 360.

Os sistemas abertos streamline em ambientes operacionais
Sarah Foss, VP de Produtos da Imagine Communications, deu o toque internacional e feminino à edição 2016 do SET e TRINTA. Na palestra “Propaganda: os sistemas abertos streamline em ambientes operacionais”, ela afirmou que o consumo de vídeo está mudando e as empresas de mídia precisam se adaptar a esta nova forma de consumo, na qual a TV linear está passando a um segundo plano.
Sarah afirmou que, hoje, as empresas de mídia precisam estar muito atentas à publicidade e à monetização nas diferentes plataformas, porque o ecossistema de mídia se tornou mais complexo e, assim como os softwares, o IT, as infraestruturas operacionais e os sistemas back-of-fice, em muitos casos com sistemas especialistas para diferentes tipos de produtos que uma companhia vende e administra – de canais lineares, VOD e sistemas endereçáveis a telefonia móvel e online.

Sarah Foss (Imagine Communications), deu o toque feminino ao SET e TRINTAe trouxe um tema muito importante, como monetizar os conteúdos

Sarah Foss (Imagine Communications), deu o toque feminino ao SET e TRINTAe trouxe um tema muito importante, como monetizar os conteúdos

A executiva disse, ainda, aos broadcasters presentes no encontro, que as plataformas devem convergir para negócios híbridos onde a experimentação seja fundamental, mas, os modelos de negócios precisam ser bidirecionais, em tempo real, sempre tendo em conta a interação entre as empresas e os seus consumidores.
“Este ambiente multiplataforma tem aumentado as oportunidades, mas também a complexidade dentro dos ambientes operacionais. Enquanto o número de oportunidades midiáticas em uma companhia cresce, comunicações claras entre as plataformas computacionais operacionais se tornam críticas. Esta apresentação faz uma abordagem proativa entres os desafios, tecnologia inteligente e decisões de negócios para criar um ambiente de sucesso que mova você da ‘sobrevivência’ para a ‘thriving’ no ambiente de mídia de hoje e de amanhã”, ponderou Sarah.
Neste contexto, a publicidade deve pensar em “áreas, em possibilidades e em onde pode estar a oportunidade financeira”, segundo a representante da Imagine. É preciso um modelo de “negócio inteligente e integrado” onde seja definido que estamos frente à tecnologia aberta ou fechada, se fixa ou flexível, “criando oportunidades para a inovação de serviços através de novas estratégias de monetização que dependem cada vez mais dos usuários e de suas visualizações. É cada vez mais é necessário trabalhar com workflows”, encerrou.

Plataformas satelitais para transmissões HD/UHD
Outro dos temas centrais do SET e TRINTA 2016 foi o futuro das transmissões satelitais no ambiente da digitalização. Jurandir Pitsch, Vice-Presidente Comercial para América Latina da SES, apresentou uma solução híbrida de distribuição de vídeo On Demand via satélite e terrestre em sua conferência (nomeada “Plataforma híbrida – satélite/ VOD”), na qual descreveu como provedores de Internet e pequenos operadores de TV a cabo podem ter uma oferta competitiva de vídeo On Demand usando sua plataforma terrestre, recebendo os sinais de vídeo pelo satélite para o headend e distribuindo pela rede terrestre.

Jurandir Pitsch (SES) afirmou que o modelo de negócio das operadoras satelitais já não é só no espaço senão, também, em terra

Jurandir Pitsch (SES) afirmou que o modelo de negócio das operadoras satelitais já não é só no espaço senão, também, em terra

Pitsch explicou aos broadcasters como o sistema compartilhado da SES foi pensado, utilizando um backbone satelital desenvolvido para criar ecossistemas de VOD “que permitem colocar diferentes tipos de vídeo em uma plataforma compartilhada através de um ponto central que distribui o material em diferentes plataformas, com investimento da SES, onde o cliente paga pelo que consome, já que o investimento é da empresa e ela está feito para ser utilizado pelo usuário”.
A ideia da companhia é dar a “infraestrutura ao cliente para que ele possa trabalhar e distribuir seus conteúdos a fim de permitir sistemas de streaming ao vivo, com um sistema end-to-end que se controla remotamente”, destacou Pitsch.
A plataforma é híbrida e combina o que as duas soluções ofertam de melhor: o satélite, como CDN multicast, e a rede terrestre para a recepção do usuário final, permitindo um bom desempenho, mesmo para operadores que estejam longe dos grandes centros urbanos e que tenham dificuldades para acessar a rede Internet em alta velocidade.“
Os testes da plataforma serão feitos em maio de 2016 com alguns operadores de TV paga. Primeiro, serão realizados em Washington e, mais tarde, em São Paulo, para avançar em soluções rápidas e acessíveis que possam utilizar até 40 Gbs com bom desempenho local”, explicou.

Cristi Damian (Advantech Wireless) afirmou que para se poder pensar em transmitir 4K, é preciso ter um sistema de distribuição e saber que tipo de SNG serão utilizados para a transmissão UHD

Cristi Damian (Advantech Wireless) afirmou que para se poder pensar em transmitir 4K, é preciso ter um sistema de distribuição e saber que tipo de SNG serão utilizados para a transmissão UHD

Outro palestrante que falou de como realizar o envio de sinal 4K UHD via satélite foi Cristi Damian, da Advantech Wireless, na sessão “Alcance sua audiência com a melhor qualidade de imagem: solução via satélite ultra HD está pronta para ser usada em broadcast”.
Em sua fala, o executivo analisou a distribuição de conteúdo em redes de Ultra Alta Definição (UHD) e contou o que esta tecnologia requer em termos de soluções de banda larga de alta eficiência e de maximização da otimização de recursos de satélite. Segundo o palestrante, para se poder pensar em transmitir 4K, é preciso ter um sistema de distribuição robusto e “saber que tipo de SNG serão utilizados para este tipo de transmissão UHD”.
Na opinião de Damian, hoje, temos a tecnologia de captação, mas, uma tecnologia de captação que ainda é crítica e impede a transmissão de vídeo, por isso, é necessário pensar em estruturas de RF muito fortes, com modulação ultralinear que possam “reduzir a banda utilizada, já que ela é muito cara”.
O palestrante analisou, os modelos de teleportos utilizados para este tipo de transmissão e pontuou os principais desafios que as empresas de mídias necessitam superar para avançar às transições em UHD. Antes de encerrar, o executivo descreveu o A-SAT-II, uma solução da Advantech que “se adapta dinamicamente a aplicações múltiplas de forma a minimizar e automatizar operações de redes e, assim, a oferecer a melhor experiência para o usuário”.
Damian lembrou, também, que a capacidade dinâmica de adaptação do A-SAT-II é perfeita para servidores DSNG que requerem mudanças no tamanho da banda antes e depois de transmissões reais de eventos ao vivo em UHD. O uso da banda de satélite pode ser reduzido ao mínimo. O sistema foi desenhado para garantir uma transmissão via satélite confiável, mesmo em condições hostis, englobando o Ultra HD e permitindo a contribuição em alta e ultra HD para TV móvel.

O café da manhã começou pontualmente às 6h30 da manhã e reuniu dezenas de broadcasters minutos antes do começo do seminário, o qual também é conhecido como SET Breakfast @ NABShow

O café da manhã começou pontualmente às 6h30 da manhã e reuniu dezenas de broadcasters minutos antes do começo do seminário, o qual também é conhecido como SET Breakfast @ NABShow

As contribuições do IP para transmissão via satélite
Marcio Assis Brasil, diretor de vendas da Intelsat no Brasil, apresentou o case “Plataforma Híbrida de IP IntelsatOne Prism” aos congressistas do SET e TRINTA 2016 e também fez um diagnóstico das contribuições do IP às transmissões satelitais e terrestres de sinal de TV.
“O mundo está mudando, não é a televisão que mudou. Os seus consumidores mudaram e, então, precisamos adaptar algumas coisas nas estruturas de contribuição e distribuição televisiva”, introduziu o palestrante, antes de explicar como funciona o IntelsatOne Prism. Em parceria com a Newtec, a solução híbrida de IP da Intelsat permite conexão à Internet High Throughput, IP, Twoway, anywhere to anywhere, além de fornecer suporte para multitelas e triple-play.

Mais de 300 broadcasters brasileiros e latino-americanos participaram da edição que comemorou as Bodas de Prata do SET e TRINTA

Mais de 300 broadcasters brasileiros e latino-americanos participaram da edição que comemorou as Bodas de Prata do SET e TRINTA

O executivo afirmou, ainda, que, com a plataforma, é possível ter sinal de vídeo e de áudio em caráter ocasional, ou realizar produção remota. Assim, esta plataforma IP de distribuição de conteúdo e de serviços gerenciados está integrada com a rede de satélites e a rede terrestre da IntelsatOne. Desta maneira, os clientes podem realizar múltiplas transmissões de conteúdo incluindo vídeo linear, transmissão de arquivos, VoIP, acesso à Internet e transmissão de dados na mesma plataforma, possibilitando que implementem uma rede digital e que – com pequeno investimento – utilizem os equipamentos que já possuem.
“Isso simplifica a operação da rede”, segundo Márcio Brasil. “O serviço pode ser contratado em caráter ocasional ou full time, por exemplo, em um evento esportivo, em que oferecemos transmissão via internet ou via fibra para produções remotas”, detalhou. Ele também explicou como pode ser realizada a contribuição via IP para entregar conteúdos para CDN, VoD e OTT, aplicações que estão bastante restritas.
Antes de encerrar, avançou para uma solução que possa ser utilizada por uma emissora e por suas afiliadas e mostrou como, a partir de uma solução full time, é possível definir conexões para comunicação com as afiliadas e entre elas. “É possível transformar a rede legada para uma rede IP e simplificar a sua rede, porque nela terá vídeo, voz e dados mediante a utilização de uma única solução”, finalizou.

Satelites e soluções híbridas
Plataformas híbridas surgem como solução para o mercado satelital no apagão analógico. O Vice-Presidente Sênior de Desenvolvimento Comercial & Marketing da Eutelsat, Markus Fritz, explicou os principais aportes que podem ser dados pelas empresas no processo de migração de TV Digital.

Markus Fritz (Eutelsat) durante a palestra “a contribuição da tecnologia satelital no desligamento analógico”

Markus Fritz (Eutelsat) durante a palestra “a contribuição da tecnologia satelital no desligamento analógico”

Fritz lembrou que migração digital está progredindo rapidamente a nível mundial e um número crescente de lares com televisão estão trocando o sistema analógico pela recepção digital.
A digitalização, no Brasil, está criando novas oportunidades para a indústria de radiodifusão, afirmou o executivo, trazendo inovações (como conteúdos em HD e, até mesmo, em Ultra HD), além de serviços de televisão interativa/híbrida.
Neste contexto, analisou o mercado na América Latina e mostrou como os diferentes países da região estão desenvolvendo os seus processos de transição. Fritz ressaltou que o México encabeça o desenvolvimento de conversão para o Digital, mas, destacou que ainda há um longo caminho a percorrer, com países em que o processo poderá ser concluído “apenas em 2024”, ponderou.
Na visão do palestrante, a questão é determinar os tempos de expansão em cada país, mas, a combinação de sinais de TDT e DTH (Satélite) podem ser uma solução, porque são mais baratos, abrangentes e já estão desenvolvidos tendo infraestrutura existente trabalhando como TV Digital, HDTV, UHDTV e IP, em conjunto ou individualmente.
Desta forma, a solução seria uma plataforma híbrida com redes satelitais e terrestres que, por exemplo, combinem sinais de banda C e banda KU, ou sinais de Banda KU mediante a utilização do satélite Eutelsat 65 West B, argumentou Fritz que, ao final de sua apresentação, mostrou cases internacionais de plataformas híbridas – um na França e outro na Itália, além de projetos desenvolvidos África.

* Com Gabriel Cortez, em São Paulo.
Fotos de Francisco Machado Filho e Fernando Moura
* Fernando Carlos Moura
é professor do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação e Educação da Universidade Anhembi Morumbi (UAM)

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