Congresso NAB: Quanto mais inovações, mais importante é a TV aberta

por Francisco Machado Filho

Gordon Smith - Presidente e CEO da NAB. “Não há outra indústria no mundo como a Radiodifusão. Nenhuma outra indústria tem na sua essência, unir as comunidades e servir bem o público em geral”

Gordon Smith – Presidente e CEO da NAB. “Não há outra indústria no mundo como a Radiodifusão. Nenhuma outra indústria tem na sua essência, unir as comunidades e servir bem o público em geral”

Como em todos os anos, o congresso da NAB tem sua abertura em uma solenidade oficial com o pronunciamento do presidente da instituição, Gordon Smith. Sua fala não apenas cumpre um protocolo oficial. Na verdade, dita o tema principal do congresso, se não de forma clara e objetiva, com certeza informa os pormenores, o que está nas entrelinhas, ou o que está nos bastidores, que desafiam a Televisão aberta americana.
Logo de início, Smith lembrou que este é um ano importante para os Estados Unidos e para as emissoras de TV. É ano de eleição presidencial, período fértil para os broadcasters e tempo de colocar à mesa os interesses de cada setor. Tempo de negociar. “Já posso sentir a energia e emoção que trouxe você para este congresso. Um entusiasmo nascido em parte pelo fato de que este ano é um ano de eleição presidencial”, afirmou Smith, fazendo a plateia aplaudi-lo.
Não há outra indústria no mundo como a radiodifusão. Nenhuma outra indústria tem, na sua essência, um foco tão abrangente no sentido de levar as comunidades unidas e servir ao bem público. Mas nem tudo são flores para a TV norte-americana. As inúmeras inovações tecnológicas e distributivas de conteúdo audiovisual pressionam a radiodifusão nos EUA e seu valioso espaço no espectro eletromagnético. O leilão das faixas de frequência está no início a pressão para que estas faixas sejam utilizadas para telefonia móvel é muito grande.
“Ultimamente, alguns membros do FCC ficaram tão encantados com a banda larga móvel e com o Vale do Silício que as escolhas políticas da Comissão têm involuntariamente nos colocado em uma rota de colisão desnecessária entre duas Américas – uma onde o futuro de vídeo está disponível para aqueles que podem pagar, e a outra para aqueles que não podem”, disse.
Smith também chamou, novamente, a atenção para o fato de que a TV aberta ainda é a única capaz de prestar serviços e conteúdo locais de um para muitos. E este tem que ser um ponto a ser levado em consideração.
A televisão tem um papel social, aqui nos Estados Unidos, bem como no Brasil. Não se pode olhar para esta indústria apenas pelo lado econômico ou tecnológico, mas pela importância de sua atuação na preservação da democracia. Portanto, quanto mais inovações tecnológicas que personalizam o conteúdo e fragmentam a audiência, mas necessária é uma televisão, aberta, gratuita e livre.

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